quarta-feira, 5 de maio de 2010
AVALIADOR: JÁ OUVIU FALAR EM "RICS" e "TEGOVA"?
Como qualquer outra atividade de prestação de serviços, a avaliação de bens imóveis foi fortemente influenciada pelo fenômeno da globalização que condicionou, de certa forma, o modus operandi de muitas empresas que atuam nesta área de negócio.
Apesar deste fato, de as economias estarem mais inter-relacionadas e dos investidores poderem escolher o local mais apropriado para aplicarem os seus capitais, ainda existem alguns entraves a esta mobilidade, como é o caso das avaliações de imóveis. Verificam-se, ainda, diferenças fulcrais entre Países, nas práticas e metodologias de avaliação, o que conduz a decisões de investimento fundamentadas em pressupostos errados, tal como se verificou, em 1996, com o Bangkok Bank of Commerce que entrou em colapso devido a deficientes avaliações do portfólio imobiliário que detinha.
Tornou-se imperioso standardizar as práticas como os bens são avaliados e descritos. Importa, em primeiro lugar, salientar a diferença entre metodologias e práticas. As metodologias das avaliações são dinâmicas, variam consoante o caso concreto em análise, ao invés das práticas que são regras impostas pela consciência de cada avaliador, pelas associações de classe ou pela lei.
Essas regras abrangem a ética, a conduta e a competência necessárias para o desempenho da atividade de avaliação imobiliária. Existem, a nível internacional, várias organizações que, ao longo dos anos, têm-se preocupado com esta temática, nomeadamente:
- RICS - Royal Institution of Chartered Surveyors, que é uma organização, atualmente, com cerca de 150.000 membros em 120 Países. O RICS assume um papel de especial relevância após o crash de 1974 no Reino Unido, uma vez que publicou, em 1976, o Red Book, que com as suas atualizações, continua a ser uma referência para os seus membros, como manual de procedimentos na avaliação imobiliária. Os principais objetivos deste manual estavam relacionados com a melhoria das práticas;
- Tegova European Group of Valuers Associations, foi fundada em 1977, diferencia-se da organização anterior pelo fato de ser pan-européia e pelos seus membros serem associações de profissionais, 26 atualmente, ligados à avaliação imobiliária. Esta organização teve como missão inicial conceber e promover a aplicação das European Valuation Standards, bem como representar, junto à União Europeia, os interesses dos avaliadores imobiliários.
Ainda existem a ASA – American Society of Appraisals ou Appraisal Institute e a
IVSC - International Valuation Standards Committee.
Muito mais poderia se dizer acerca das organizações anteriormente apresentadas. No entanto, não é o que se pretende com esta postagem. O que existe de transversal em relação ao RICS e à TEGOVA é o fato de ambas pretenderem uma normalização de práticas a serem utilizadas na avaliação de bens imóveis, com o intuito de facilitar as ações de todos os intervenientes envolvidos na transação de um imóvel.
No futuro, sem rejeitar o que já existe de bom do passado, haverá uma normalização de procedimentos concomitantemente a um reforço da ética dos profissionais ligados à avaliação imobiliária.
O profissionalismo neste setor será cada vez mais uma certeza.
Fonte: Prime Yield / Out of the Box
IMPORTANTE: NO BRASIL, A AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS É REGIDA PELAS REGRAS ORIENTADORAS ESPECÍFICAS DA ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ATRAVÉS DAS NORMAS:
-NBR 12722/92 – Discriminação de serviços para construção de edifícios
-NBR 14653-1 – Avaliação de Bens – Parte 1: Procedimentos Gerais
-NBR 14653-2 – Avaliação de Bens – Parte 2: Imóveis Urbanos
-NBR 14653-3 – Avaliação de Bens – Parte 3: Imóveis Rurais
-NBR 14653-4 – Avaliação de Bens – Parte 4: Empreendimentos
-NBR 14653-5 – Avaliação de máquinas, equip., instalações e complexos industriais.
E suas atualizações.
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