Representantes do mercado imobiliário
alertaram nesta quinta-feira para a necessidade de se desenvolver novas
fontes de financiamento ao setor, em meio à crescente demanda por
imóveis residenciais, apoiada em fatores como desemprego na mínima
histórica, déficit habitacional elevado e aumento de renda.
"Temos desafios pela frente, o mais importante deles é como
assegurar recursos de forma mais inteligente conforme o mercado vem
demandando", disse o vice-presidente de governo da Caixa Econômica
Federal, José Urbano Duarte, em seminário promovido pela associação que
representa o crédito imobiliário no país, Abecip.
Ele assinalou, entretanto, que a caderneta de poupança deve se
manter como a principal fonte de financiamento à compra de imóveis, se
distanciando dos temores de que seus recursos se esgotariam no curto
prazo.
"Independentemente do uso de novas alternativas, a poupança não
se extingue como 'funding'", afirmou Duarte. "Pode ficar mais cara para
ser contratada como operação, mas continuará sendo uma forma de
investimento importante e que vem se desenvolvendo."
O presidente da empresa de securitização de recebíveis
imobiliários Cibrasec, Onivaldo Scalco, ponderou que "embora a poupança
seja perene, não vá se esgotar, se imaginarmos que o ritmo de
contratações se mantenha como o atual, esse funding não será
suficiente".
Além de garantir mais recursos à indústria, a criação de novas
fontes de financiamento se mostra necessária para diversificar as opções
de investimentos.
Dentre as alternativas, os fundos imobiliários, embora ainda
recentes, são apontados como um dos instrumentos com maior potencial de
crescimento.
"O fundo é o veículo de investimento mais adequado para
participar da indústria imobiliária", disse o sócio e gestor de fundos
de incorporação imobiliária da Kinea, Carlos Martins. "É possível
carregar ativos, desenvolver projetos... Além da vantagem fiscal, do
ponto de vista da pessoa física, de isenção de Imposto de Renda."
Além dos fundos, os profissionais destacaram como duas frentes
para complementar os recursos de crédito habitacional a securitização de
recebíveis e os "covered bonds", tradicionalmente usados na Europa, que
funcionam como uma espécie de Letra de Crédito Imobiliário emitida por
bancos.
Fonte: Reuters / Por Vivian Pereira
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