A perspectiva de diminuição na velocidade de vendas de imóveis em São Paulo já é esperada por incorporadoras e construtoras
ouvidas pela Folha, que admitem reduzir o ritmo de lançamentos. Mas as
empresas afirmam ter melhorado seu planejamento e preferem usar o termo
"amadurecimento de mercado".
Essa é a visão, por exemplo, da Brookfield. A empresa
tem um departamento especializado em pesquisas que investiga itens como
localização, definição de público-alvo de acordo com a demanda
reprimida e carência de oferta e adequação de preço dos lançamentos.
O diretor de incorporação da Brookfield, Ricardo Laham, avalia que a velocidade de vendas de 2007 até 2011 só vai se repetir em imóveis que forem lançamentos únicos em um bairro, ou que forem erguidos onde não há empreendimentos há mais de dois anos.
"Hoje temos vendas de 40% a 50% das unidades nos seis
primeiros meses, e o saldo restante no período de construção", diz
Laham. "Não vivemos um início de ciclo de regressão, mas de
amadurecimento do mercado, quando os lançamentos são mais criteriosos."
A Eztec e a Cyrela também divulgaram que têm equipe especializada e departamento de pesquisa para analisar e comprar terrenos.
Para João da Rocha Lima, coordenador do núcleo Real Estate da Escola
Politécnica da USP, evitar a diminuição na velocidade nas vendas em um
determinado bairro é uma tarefa difícil. "A leitura com pesquisas de
mercado é arriscada. Nem sempre o principal comprador de um imóvel é o
morador do bairro."
"Por isso, muitas incorporadoras copiam o sucesso, fazendo
empreendimentos apenas em locais com velocidade alta de vendas." Ele
afirma ser correta a postura de cancelar empreendimentos com velocidade
baixa de vendas. "É melhor redesenhar o produto e lançá-lo de novo."
Fonte: Jornal Floripa
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