As empresas do setor de construção devem apresentar resultados
melhores a partir de 2013, após solucionarem problemas de atrasos de
obras e desvios nos orçamentos, além de incrementarem a geração de caixa
e a qualidade de seus recebíveis, de acordo com avaliação do analista
David Lawant, da corretora Itaú BBA. "O momento é de ajustes", disse
nesta sexta-feira, durante conferência realizada pela Sociedade
Latinoamericana de Mercado Imobiliário (Lares, na sigla em inglês).
Na
sua opinião, e expectativa de recuperação se baseia na conclusão das
obras daqueles empreendimentos que foram lançados por volta do ano de
2008 e já deveriam ter sido entregues, mas estão atrasados e com as
margens comprometidas. "A safra de lançamentos de 2011 e 2012 vai trazer
resultados melhores daqui para a frente", avaliou. O analista também
acrescentou que as expectativas são positivas, porque as empresas têm
trabalhado com orçamentos mais conservadores.
O professor
João da Rocha Lima, coordenador do Núcleo de Mercado Imobiliário da USP,
observou que o menor volume de lançamentos neste ano já é um sinal de
que as companhias têm dado maior foco na entrega de projetos e
reorganização interna. "A probabilidade é de que tenham aprendido com
tudo que ocorreu de ruim e que corrijam esses problemas", afirmou. Lima
ponderou, no entanto, que a demanda por imóveis no País não está
pujante. "Há um crescimento orgânico muito bem estabelecido. Mas não há
previsão de que encontraremos um patamar acima do que temos hoje. Acho
que vai ficar do tamanho que está."
O diretor de Relações
com Investidores da incorporadora Eztec, Emílio Fugazza, observou que,
entre 2007 e 2011, o aumento dos custos operacionais para as empresas de
construção foi de 419%, enquanto a receita avançou 335%, provocando
queda nas margens. "Os custos de construção não arrefeceram. Isso teve
de ser compensado com preço maior dos imóveis", explicou.
Um
dos exemplos citados pelo executivo foi o avanço nos custos dos
terrenos, que não englobam apenas o valor da terra, mas também as
outorgas onerosas (cotas para aumentar o potencial de construção) e as
contrapartidas exigidas pelo setor público. "Em São Paulo, os custos com
o terreno variaram muito nos últimos anos, com crescimento das
exigências de contrapartidas, que se estendem de adaptações ambientais
até obras viárias", exemplificou.
Nota do Editor:
A Sociedade Latino Americana de Estudos
Imobiliários – LARES é uma entidade de natureza acadêmica que se estende
ao mercado, e tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de estudos
nas áreas de: análise de investimentos, análise de mercado, aspectos
jurídicos, assuntos corporativos, avaliação imobiliária, desenvolvimento
urbano, finanças, gestão de empreendimentos, intermediação de negócios
imobiliários, meio ambiente e métodos de pesquisa.
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