O principal segmento de atuação das empresas
que responderam ao questionário é o da construção imobiliária, com 72%
dos participantes. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 de julho e
1º de agosto.
Levando em consideração o corte de investimentos e a demissão de
funcionários para o ajuste de custos, o professor Claudio Tavares de
Alencar, do departamento de Real Estate da Escola Politécnica da USP
(POLI-USP), afirma que a maior parte dos participantes da pesquisa (de
60% a 65%), não visualiza uma redução da demanda nos mercados de
construção e desenvolvimento de empreendimentos este ano. "Porém,
parcela importante, quase 40%, percebe certo arrefecimento da demanda, e
responde com redução de lançamentos e ajuste das metas inicialmente
programadas para 2012. Alguns inclusive identificam que o agravamento
das condições no mercado envolverá um horizonte mais longo, reduzindo
seu corpo organizacional e mudando de escala de produção", afirma o
professor.
Em relação ao atual momento da construção, cerca de 46% dos
respondentes identificam uma perspectiva de maior risco no setor, com
forte desaceleração da atividade e um maior conteúdo de incerteza das
operações em andamento e dos novos negócios. Por outro lado, 40,5%
acreditam que o setor passa por um ajuste leve. Segundo Alencar, este
ajuste pode ser fruto dos problemas de caráter macroeconômico
brasileiros e das condições da economia internacional.
Mais de 60% dos participantes acreditam que a construção passará por
um crescimento moderado, mas sustentado, nos próximos anos. "A avaliação
de longo prazo é mais condescendente com as expectativas da economia
brasileira", conclui Claudio.
Para garantir um bom nível de crescimento na construção, os
participantes acreditam que uma série de medidas devem ser tomadas ao
mesmo tempo. Entre elas, estão a maior redução dos juros e a
flexibilização do crédito ao consumidor.
A relação entre o preço dos imóveis e a renda dos compradores no
setor imobiliário foi considerada inviável por 34,7% dos participantes.
Porém, uma parcela semelhante (32%) acredita que esta relação está
voltando à normalidade.
A pesquisa da Editora PINI também demonstrou que grande parte das
empresas baliza os lançamentos que faz de acordo com pesquisas de
mercado (60,6%). Entre outros métodos, também está a realização de
índices imobiliários próprios (15,2%) e os índices setoriais combinados
com os dados do IBGE (13,6%).
"Aparentemente, todos os lançamentos são realizados com base em
pesquisas de mercado, próprias ou contratadas. Deveria, então, estar
havendo uma melhor adequação entre a oferta de produtos e a demanda
efetiva de mercado, o que deveria resultar em menos estoques e mais
velocidade de vendas", analisa o professor.
Os preços elevados foram considerados como o maior obstáculo para a
retomada do crescimento no setor imobiliário: 41,1% dos participantes
acreditam ser este o problema do setor atualmente. Em seguida, com
28,8%, vem o endividamento da população.
A influência da Copa do Mundo de 2014 também estava entre os assuntos
abordados pela pesquisa: 32% dos participantes acreditam que os jogos
terão pouca contribuição no reaquecimento da construção, pois haverá um
ambiente favorável de investimento. Outros 25,3% acreditam que a
influência vai depender dos investimentos públicos. "Aqui há uma clara
dispersão das opiniões, no que se refere à intensidade do impacto da
copa no mercado, provavelmente em algumas cidades, menores, o impacto
será maior, nas grandes será menor", finaliza Claudio.
Veja, a seguir, o resultado na íntegra da pesquisa:
Nenhum comentário:
Postar um comentário