quarta-feira, 16 de março de 2011

UPPs REAQUECEM MERCADO IMOBILIÁRIO CARIOCA APÓS 30 ANOS DE ESTAGNAÇÃO


O mercado imobiliário carioca renasce após um período de 30 anos de estagnação, explica Maria Tereza Mendonça Dias, vice-presidente de finanças e desenvolvimento do Secovi-Rio (Sindicato da Habitação). Entre os fatores apontadas para a valorização, principalmente nos bairros da zona sul da capital fluminense, estão a boa infraestrutura da região, os serviços já consolidados e as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) que têm exercido influência decisiva para a valorização dos bairros e de seu entorno.

- Os números não mentem. Nos bairros em que foram implementadas as UPPs houve uma valorização imediata. Só em Botafogo não foi imediata porque foi a primeira UPP, as pessoas ainda estavam em dúvida se iria ou não funcionar. A partir do momento que todos perceberam que essa política veio para ficar e que a insegurança não iria retornar, os imóveis automaticamente subiram de preço. Muitos que estavam até fechados começaram a ter rentabilidade adequada.

Pressionados por uma demanda (procura) bem maior que a oferta, os preços dos imóveis residenciais e comerciais do Rio de Janeiro tiveram valorização recorde na passagem de 2009 e 2010. Segundo pesquisa da entidade, nenhum bairro carioca teve valorização menor que 25%.

Em 2010, o principal destaque foi o bairro de Botafogo, na zona sul da cidade, que apresentou a maior variação para os preços dos imóveis para alugar de um e dois quartos. Esse tipo de unidade valorizou 112,5% e 60,2%, respectivamente.

Em Jacapepaguá, na zona oeste, e em Copacabana, na zona sul, onde foram implantadas UPPs em fevereiro e junho de 2009, respectivamente, a valorização dos apartamentos de dois quartos disponíveis para venda subiram 101,4% e 113,63%. Já na Tijuca, primeiro bairro da zona norte da cidade a receber uma UPP, especialistas do mercado já previam valorização de 40% depois do anúncio. Depois de instalada, os imóveis ficaram até 60% mais caros.

Sem medo de superaquecimento no setor

Questionada até que ponto chegará a valorização do mercado imobiliário, Maria Tereza afirma com convicção que a tendência é de crescimento e que os preços não devem parar de subir depois da Olimpíada de 2016, já que a infraestrutura criada vai propiciar meios para que a cidade inteira (em especial a zona sul) crie um legado permanente de bons serviços para a população.

Além disso, a vice-presidente de finanças e desenvolvimento do Secovi-Rio afirma que há muito espaço para a construção civil no Rio de Janeiro e no país, já que o déficit habitacional é enorme. Ela afirma ainda que a preocupação com uma bolha é distante já que os financiamentos para imóveis são bastante rigorosos, o que diminui os riscos de inadimplência (calote).

- O boom imobiliário ocorre quando os valores estão além daqueles que realmente o mercado atua. No nosso caso, no caso do Brasil, o fato de nós estarmos com bastantes financiamentos, o controle é bastante rigoroso. Nós não corremos este risco. A bolha ocorre quando você não tem a capacidade de pagar. A análise do crédito é muito bem feita e muito bem acompanhada pelo governo e pela Febraban.

Fonte: Sérgio Vieira, do R7

Imóveis

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