SÃO PAULO (Reuters) - Como forma de se antecipar à escassez de oferta no segmento de escritórios, cujos sinais já começam a aparecer, a Cyrela Commercial Properties está apostando na área industrial como trampolim para ganhar uma fatia maior do mercado imobiliário comercial no Brasil.
Ainda pouco comum no país, a construção de galpões para armazenagem e logística ganhou maior importância nas operações da CCP, tradicionalmente voltada a empreendimentos comerciais sofisticados -os chamados "Triple A"-, com a constatação de que grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro possuem cada vez menos espaços para se construir.
"O segmento industrial, concentrado em logística, é pouco explorado no Brasil. Vemos muito potencial e oportunidade para crescer olhando para São Paulo e Rio de Janeiro", disse o vice-presidente financeiro da CCP, Dani Ajbeszyc, em entrevista à Reuters nesta quarta-feira.
Em novembro passado, a CCP firmou parceria com a AMB Property Corporation, uma das maiores empresas do mundo em propriedades logísticas, passando a atuar como sua plataforma no Brasil.
Hoje, a CCP tem quatro projetos de galpões em desenvolvimento, sendo o maior deles na região de Cajamar (SP), com 180 mil metros quadrados.
"(O segmento) de escritórios ficou mais restritivo. No industrial vejo potencial enorme de crescimento porque a base instalada é muito pequena e a demanda é muito grande. Estamos nos esforçando para crescer nesse segmento... Percentualmente, o maior crescimento (da empresa) virá daqui", disse Ajbeszyc.
Segundo o executivo, o investimento em cada projeto fica entre 100 milhões e 150 milhões de reais, com a vantagem de disponibilidade de terrenos adequados próximos a rodovias.
Em paralelo, Ajbeszyc disse que a CCP está confortável para cumprir o plano de investimentos de 1 bilhão de reais nos próximos quatro anos, incluindo quatro prédios de escritórios e cinco shoppings em desenvolvimento. "Estamos muito confortáveis, com posição de caixa boa e espaço para aumento de endividamento."
Depois de concluídos, conforme o executivo, os empreendimentos em andamento serão responsáveis por dobrar o faturamento da companhia. Em 2010, a receita líquida foi de 242,3 milhões de reais.
A CCP encerrou 2010 com portfólio avaliado em 1,8 bilhão de reais, considerando empreendimentos prontos. "(Os projetos em andamento) elevariam o portfólio a pelo menos 3 bilhões de reais", segundo Ajbeszyc.
ESCASSEZ DE ESCRITÓRIOS
Engessado durante anos, em decorrência do atraso de quase duas décadas sofrido pelo mercado imobiliário brasileiro, o segmento de imóveis comerciais se tornou mais dinâmico recentemente. Mesmo assim, já sofre os efeitos da escassez de terrenos adequados, resultando em um descompasso de oferta e demanda.
"Não há mais escritórios e a vacância é baixíssima. No nosso portfólio, (a vacância) é zero. Com isso, os preços estão subindo de forma substancial", disse ele.
Conforme o executivo, os preços de imóveis comerciais tendem a se manter em alta por, pelo menos, mais dois anos. "Nos próximos dois anos (os preços) ainda crescerão em termos reais."
No caso de escritórios, a saída apontada por Ajbeszyc está na ocupação de espaços. Ele descarta a migração para bairros menos explorados na cidade de São Paulo, por exemplo.
"Hoje o que está havendo é uma conexão entre regiões. Os buracos onde há espaço para construir estão sendo preenchidos", assinalou, acrescentando que, no caso da capital paulista, a região do Largo da Batata, continuação da avenida Brigadeiro Faria Lima, tem hoje o maior potencial de desenvolvimento.
"Em 2013, pode voltar a haver oferta (de escritórios na capital paulista). Mas no atual ritmo não será suficiente para atender a demanda, principalmente de companhias internacionais que estão abrindo escritórios no Brasil e que buscam empreendimentos no segmento 'triple A'", avaliou.
Fonte: Vivian Pereira/O Globo
Ainda pouco comum no país, a construção de galpões para armazenagem e logística ganhou maior importância nas operações da CCP, tradicionalmente voltada a empreendimentos comerciais sofisticados -os chamados "Triple A"-, com a constatação de que grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro possuem cada vez menos espaços para se construir.
"O segmento industrial, concentrado em logística, é pouco explorado no Brasil. Vemos muito potencial e oportunidade para crescer olhando para São Paulo e Rio de Janeiro", disse o vice-presidente financeiro da CCP, Dani Ajbeszyc, em entrevista à Reuters nesta quarta-feira.
Em novembro passado, a CCP firmou parceria com a AMB Property Corporation, uma das maiores empresas do mundo em propriedades logísticas, passando a atuar como sua plataforma no Brasil.
Hoje, a CCP tem quatro projetos de galpões em desenvolvimento, sendo o maior deles na região de Cajamar (SP), com 180 mil metros quadrados.
"(O segmento) de escritórios ficou mais restritivo. No industrial vejo potencial enorme de crescimento porque a base instalada é muito pequena e a demanda é muito grande. Estamos nos esforçando para crescer nesse segmento... Percentualmente, o maior crescimento (da empresa) virá daqui", disse Ajbeszyc.
Segundo o executivo, o investimento em cada projeto fica entre 100 milhões e 150 milhões de reais, com a vantagem de disponibilidade de terrenos adequados próximos a rodovias.
Em paralelo, Ajbeszyc disse que a CCP está confortável para cumprir o plano de investimentos de 1 bilhão de reais nos próximos quatro anos, incluindo quatro prédios de escritórios e cinco shoppings em desenvolvimento. "Estamos muito confortáveis, com posição de caixa boa e espaço para aumento de endividamento."
Depois de concluídos, conforme o executivo, os empreendimentos em andamento serão responsáveis por dobrar o faturamento da companhia. Em 2010, a receita líquida foi de 242,3 milhões de reais.
A CCP encerrou 2010 com portfólio avaliado em 1,8 bilhão de reais, considerando empreendimentos prontos. "(Os projetos em andamento) elevariam o portfólio a pelo menos 3 bilhões de reais", segundo Ajbeszyc.
ESCASSEZ DE ESCRITÓRIOS
Engessado durante anos, em decorrência do atraso de quase duas décadas sofrido pelo mercado imobiliário brasileiro, o segmento de imóveis comerciais se tornou mais dinâmico recentemente. Mesmo assim, já sofre os efeitos da escassez de terrenos adequados, resultando em um descompasso de oferta e demanda.
"Não há mais escritórios e a vacância é baixíssima. No nosso portfólio, (a vacância) é zero. Com isso, os preços estão subindo de forma substancial", disse ele.
Conforme o executivo, os preços de imóveis comerciais tendem a se manter em alta por, pelo menos, mais dois anos. "Nos próximos dois anos (os preços) ainda crescerão em termos reais."
No caso de escritórios, a saída apontada por Ajbeszyc está na ocupação de espaços. Ele descarta a migração para bairros menos explorados na cidade de São Paulo, por exemplo.
"Hoje o que está havendo é uma conexão entre regiões. Os buracos onde há espaço para construir estão sendo preenchidos", assinalou, acrescentando que, no caso da capital paulista, a região do Largo da Batata, continuação da avenida Brigadeiro Faria Lima, tem hoje o maior potencial de desenvolvimento.
"Em 2013, pode voltar a haver oferta (de escritórios na capital paulista). Mas no atual ritmo não será suficiente para atender a demanda, principalmente de companhias internacionais que estão abrindo escritórios no Brasil e que buscam empreendimentos no segmento 'triple A'", avaliou.
Fonte: Vivian Pereira/O Globo
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