Preocupada com a valorização dos imóveis nos últimos anos, o que pode se transformar numa bolha imobiliária, a presidente Dilma Rousseff decidiu acelerar a criação de um indicador de preços oficial para o setor.
Para isso, segundo assessores, ela assinará um decreto criando uma parceria entre a Caixa Econômica Federal e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para testar e montar o modelo final do Índice de Preços de Imóveis.
O índice deverá medir a evolução do valor de casas e apartamentos em todas as capitais. Inicialmente, os testes serão feitos em, no máximo, cinco cidades. Participam do projeto o Ministério da Fazenda e o Banco Central, que lançou a ideia.
O índice poderá ter usos diversos e enfrenta resistências dentro do próprio governo. Será um indicador de exposição ao risco dos bancos, que financiam os negócios nessa área, e também de renda gerada na economia.
Um problema destacado por parte dos técnicos do governo é que o índice pode acabar se tornando também um indexador do setor, sendo usado por donos de imóveis para reajustar os preços.
Há também a dificuldade em definir o modelo de índice que mais se ajusta à realidade brasileira. Ao contrário de outros setores, o imobiliário tem características específicas e o estoque de imóveis no país é diversificado.
A formação do índice pressupõe ser possível comparar o preço de um mesmo imóvel em vários momentos diferentes. No caso de casas, apartamentos, lojas e demais construções, comerciais ou residenciais, há uma série de fatores que precisam ser considerados no valor final.
Estudo feito pelo IBGE, em dezembro de 2010, aponta, entre os problemas, o fato de que, mesmo acompanhando uma residência determinada, não há garantia de que a qualidade foi mantida.
A depreciação do imóvel, que pode não ter passado por manutenção, afeta o preço. Da mesma forma como melhorias valorizam o bem.
Por isso, o governo trabalha com, pelo menos, quatro métodos distintos já usados em países como EUA, Nova Zelândia, Austrália e Espanha para encontrar o que melhor se aplica ao Brasil.
A Caixa e o IBGE já criaram alguns modelos, que serão testados logo após a assinatura do decreto. O índice será um instrumento de trabalho para os agentes imobiliários, como a Caixa. Por meio dele, técnicos da CEF avaliam que será mais seguro e fácil analisar a concessão de créditos para financiamento de aquisição de imóveis no país.
PESQUISAS
Atualmente, a Caixa já faz pesquisas de mapeamento de preços de imóveis, mas setorizadas, focadas em regiões de cidades em que financia crédito imobiliário.
Para montar um índice nacional e que cubra toda a região das capitais, a decisão do governo foi unir a experiência no setor da Caixa e a do IBGE na coleta de dados.
Assessores da equipe econômica defendem a ideia com o argumento de que, depois da recente crise, todos os países estão buscando monitorar os preços no setor imobiliário. Quanto ao risco de se tornar um indexador, argumenta-se que é preciso criar um controle sobre os preços no setor, como já existe com outros produtos.
Fonte: Folha online / VALDO CRUZ e SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA
Comentário do Editor:
Dado suas especificidades e múltiplas variáreis, as forças do mercado devem funcionar livremente!
A não inclusão do COFECI e dos Conselhos Regionais, além da FENACI e demais entidades de classe como SECOVI e ADEMI neste processo, será altamente lesiva aos Corretores de Imóveis e Gestores Imobiliários.
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