Os imóveis comerciais brasileiros deram rentabilidade média de 638% a seus investidores de 2000 a 2010, mostra o novo índice calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Esse número inclui a valorização dos imóveis e também ganhos com renda, como aluguéis. A rentabilidade média anual foi de 22,1% nos últimos 11 anos. A maior variação foi registrada no ano passado: 33,5%.
O objetivo do IGMI-C (Índice Geral do Mercado Imobiliário Comercial), lançado nesta sexta-feira na BM&FBovespa, em São Paulo, é dar maior transparência à formação dos preços de venda e locação de escritórios, shoppings, hotéis e áreas comerciais e industriais. Com isso, espera-se um estímulo ao aumento dos negócios no setor.
O índice também servirá para o governo acompanhar a evolução do mercado, mas não permitirá, por enquanto, avaliar se existe uma valorização excessiva dos imóveis no país.
"Não é possível saber, com base no IGMI-C, se existe uma bolha imobiliária. O índice só permitirá isso depois que ocorrer a primeira bolha. Então, será possível comparar uma possível nova bolha com os fundamentos econômicos passado para verificar se o quadro está se repetindo", afirmou o pesquisador da FGV Paulo Picchetti.
A divulgação do índice será feita a cada três meses, e o resultado do primeiro trimestre de 2011 sai em abril.
Em dezembro de 2010, o índice refletia informações de 190 imóveis comercias, espalhados por 17 Estados --a maioria localizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Bahia.
Segundo Picchetti, esse número já é suficiente para calcular um índice nacional, principalmente considerando o valor dos imóveis da mostra (que não pode ser revelado).
A intenção da fundação é aumentar a base de dados e criar sub-índices por Estados e tipos de imóveis. Por enquanto, há apenas taxas separadas para São Paulo (rentabilidade de cerca de 500% nos últimos 11 anos), Rio de Janeiro (cerca de 800%), escritórios (cerca de 400%) e shoppings centers (cerca de 1.650%).
O índice foi desenvolvido com patrocínio de 26 entidades e empresas do setor financeiro e imobiliário. O presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada), José de Souza Mendonça, disse que o índice será importante para aumentar a liquidez (maior facilidade de vender devido ao maior número de negócios) dos imóveis e elevar o investimento dos fundos de pensão nesses ativos. Atualmente, apenas 2,8% do patrimônio desses fundos estão em imóveis, percentual bem abaixo do máximo permitido (8%).
A FGV também planeja lançar o IGMI-R (Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial), mas ainda não tem previsão de data.
Fonte: Folha.com MARIANA SCHEREIBER de SÃO PAULO
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