segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

BOOM DE CORRETORES NO RJ: NÚMERO DE CORRETORES CRESCEU 50% EM CINCO ANOS. CLIENTELA RECLAMA DA FALTA DE PREPARO


RIO DE JANEIRO: "Precisa-se de corretor. Treinado, bem informado, com experiência e registro no conselho da categoria. O profissional deve ser interessado e, acima de tudo, conhecer os imóveis que vende e saber o real estado da documentação antes de mostrá-los aos clientes".

E isso a despeito de, nos últimos cinco anos, o número de corretores registrados no Estado do Rio ter crescido 50%, devendo chegar a 50 mil até meados do ano.

O texto acima reflete o desejo de quem procura imóvel para comprar ou alugar no Rio, como mostra reportagem de Flávia Monteiro e Karine Tavares publicado no GLOBO deste domingo. Mercado aquecido, preços nas alturas, é compreensível que a profissão passe a atrair mais mão de obra, por conta de boas comissões de venda. E que as imobiliárias passem a contratar recém-chegados. Mas como fica o cliente, ao se deparar com um vendedor sem registro ou despreparado?

- Uma vez, uma corretora chegou para me mostrar o apartamento com os cabelos presos para cima, de bermuda velha, daquelas que a gente só usa quando está fazendo faxina em casa, e chinelos. Não precisa estar super elegante, mas o mínimo de compostura não cairia mal, afinal ela estava vendendo um apartamento - revolta-se Ana Paula Pereira, que passou quase um ano procurando apartamento antes de finalmente encontrar o que queria em Santa Teresa. - Vi muita gente que não sabia o que estava fazendo: corretores que não tinham respostas para as perguntas que eu fazia sobre o imóvel, o financiamento ou sobre qualquer coisa.

Hoje é possível encontrar relatos de corretores de ocasião, aqueles que entraram no mercado de olho nas tão propagadas oportunidades trazidas pela Copa do Mundo e pelas Olimpíadas de 2016. Há pouco tempo no Rio, um ex-bancário mineiro, de 32 anos - que não quis se identificar - conta que entrou na profissão atraído pelo sonho de fazer dinheiro rápido e assume que pouco pode fazer pelos clientes, além de lhes mostrar os apartamentos.
- Ainda não tenho o conhecimento necessário para esclarecer muitas dúvidas, principalmente, as relativas às questões jurídicas que envolvem uma compra. Mas esse começo servirá como um teste. Caso me saia bem, eu vou investir em cursos de especialização na área - promete.

O fato é que comportamentos como o do ex-bancário, aparentemente inofensivos, prejudicam e muito quem quer comprar imóvel. Foi o que ocorreu com a publicitária Fernanda Neves que, ao achar o apartamento dos sonhos, descobriu que não poderia fechar o negócio devido a impedimentos legais:

- Quando descobri que estava me metendo numa cilada, já tinha feito vários planos, inclusive contratado uma arquiteta para deixar o imóvel como eu queria. Foi uma decepção e tanto!

Fonte: O Globo
Colaboração: Consuelo Leal - Acadêmica do Curso Superior em Negócios Imobiliários da ULBRA / Pólo Salvador

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