Presidente da APEMIP receia que o aumento da carga fiscal sobre
os imóveis tenha um efeito devastador no mercado.
A eliminação da cláusula de salvaguarda no Imposto Municipal sobre
Imóveis (IMI), anunciada na semana passada pelo ministro das Finanças,
"terá um efeito devastador no mercado imobiliário, potenciando a injusta
desvalorização de património construído". A reacção é de Luís Lima,
presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação
Imobiliária de Portugal (APEMIP), que considera que a aplicação de novas
taxas de IMI "é um barril de pólvora muito mais potente do que aquele
que se acenderia se as propostas da TSU tivessem vencido".
Na véspera da inauguração do Salão Imobiliário de Portugal, que
arranca amanhã na Feira Internacional de Lisboa, Luís Lima diz que não
são precisos "dotes de adivinhação para adiantar que, com os aumentos
brutais do IMI, as pessoas não só irão comprar menos casas como tentarão
vender a que possuem, em muitos casos com enorme dificuldade".
Para o presidente da APEMIP, a subida do imposto agora anunciado
"acarretará o potencial aumento das dações e o aumento do crédito
malparado por parte das famílias e das empresas, num fenómeno que
tenderá a gerar uma bola de neve desastrosa para o mercado imobiliário".
Uma situação que nos últimos meses dava sinais de estar "controlável",
essencialmente porque os bancos mudaram de atitude, chamando os clientes
para renegociar dívidas e períodos de carência para evitar o
incumprimento.
Apesar da mudança de comportamento, o presidente da APEMIP diz que
"alguma parte da banca ainda está a cometer erros", nomeadamente quando
"faz campanhas a dizer ‘low cost' ou saldos", contribuindo para o
"descrédito" do mercado imobiliário. "Ao invés de venderem a preços
destrutivos era melhor destruírem, porque contaminam o preço do imóvel e
com isso perdem muito mais dinheiro".
Fonte: Económico - Portugal
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