Contratação de um profissional e atenção com a
documentação são dois dos fatores que podem evitar dores de cabeça,
perda de negócios e prejuízos
Segundo especialistas, é preciso cautela para que o processo de venda seja satisfatório e atenda as expectativas.
Assim como comprar um imóvel, vender também
não é tarefa fácil. Segundo especialistas, não basta apenas anunciar o
bem, é preciso atenção e cautela, a fim de garantir que todo o processo
seja satisfatório e atenda as expectativas tanto de quem quer vender,
quanto de quem quer comprar.
“Vemos muitas transações não sendo concluídas, após meses de
negociação, porque no momento do fechamento do contrato as partes
descobrem problemas que impedem ou atrasam a venda”, diz o advogado
Kênio Pereira, presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-MG.
Paulo Tavares, diretor da Sótão Netimóveis e presidente do Conselho
Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG), também
nota que empecilhos são frequentes, mas diz que é possível evitá-los
agindo com cuidado, orientação profissional e paciência.
“É recomendável, primeiramente, providenciar uma documentação completa e
atualizada, não só do imóvel, mas também do proprietário e de seu
cônjuge, se for o caso, pois é essa documentação que vai permitir a
conclusão da negociação”, pondera Tavares.
Segundo ele, é preciso comprovar que o imóvel está livre de qualquer
ônus e que o vendedor está, de fato, autorizado a vendê-lo, sem
pendências judiciais que coloquem em risco o negócio.
Entre os documentos do bem que precisam ser apresentados pelo vendedor
estão a certidão atualizada do registro do imóvel, os comprovantes de
quitação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), e até mesmo uma
declaração do síndico ou do administrador de que o imóvel não tem
débitos.
“Taxas condominiais são devidas pela unidade. Portanto, quando o imóvel
é vendido, as dívidas que eventualmente se tenha com o condomínio
passam a ser de responsabilidade do novo proprietário. Por isso, é
importante mostrar ao comprador que a situação do imóvel é regular
perante o condomínio”, ressalta o presidente do Creci-MG.
“Cabe ao vendedor provar que sua mercadoria é boa, que não há quaisquer
impedimentos ou pendências, tais como inventário, penhora, cobrança,
hipoteca, alienação fiduciária etc. Além disso, é importante que ele
compreenda as regras do mercado e a redação do contrato, para saber o
que está sendo pactuado, quais são as suas garantias contra uma possível
inadimplência, especialmente se for antecipar a imissão na posse antes
de receber todo o valor do bem”, complementa Kênio Pereira.
Para que não ocorram erros, especialistas aconselham os vendedores a
buscarem corretores competentes e uma imobiliária de confiança para
auxiliar na boa venda.
Organização e conservação também fazem toda a diferença na hora de
vender um imóvel. Apresentá-lo em ótimo aspecto, pintar e fazer reparos,
é boa opção de valorização.
Especialistas garantem que a pintura e a
troca de piso podem aumentar em 10% o valor do bem. Porém, fazer muita
modificação pode aumentar muito o preço e dificultar a comercialização.
“Os problemas de umidade devem ser corrigidos e não escondidos, pois o
Código Civil determina que os negócios devem ser regidos pela boa-fé e
pela probidade”, acrescenta Pereira.
Segundo o advogado, uma avaliação precisa é recomendável para estipular o preço de venda, de acordo com o mercado.
“Agindo de forma adequada, a venda será realizada com maior rapidez,
satisfação e segurança, sendo importante tomar todas as medidas e as
providências previamente, para evitar perda de tempo no momento que
surgir o comprador, pois este poderá não ter disposição para esperar a
solução das pendências.
Deixar para depois e agir de maneira amadora gera problemas, que, no
caso do imóvel, poderá representar prejuízo expressivo”, finaliza ele.
Fonte: Jornal O TEMPO / Márcia Xavier
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