sexta-feira, 27 de julho de 2012

INVESTIDOR: MESMO COM CENÁRIO MAIS FRACO, VALE A PENA INVESTIR NO SETOR IMOBILIÁRIO?


Vendas e lançamentos menores, atraso na entrega dos empreendimentos, aumento dos estoques de terreno. A nova temporada de balanço das construtoras do ramo imobiliário tende a reforçar que 2012, de fato, não será marcado por bons resultados - ainda mais porque o segmento vem sendo afetado pelo desaquecimento da economia brasileira desde o final do ano passado.
Ainda assim, é possível lucrar apostando nas ações dessas empresas? Na comparação de desempenho dos papéis listados na bolsa, algumas incorporadoras se destacam positivamente no consolidado de 2012, resgitrando valorização de mais de 30% entre 1º de janeiro e 27 de julho.
Esse é o caso de algumas construtoras menores, como a EzTec (EZTC3) e a Helbor (HBOR3), que acumulam ganhos de 34,9% e 32,9% no ano. "É preciso analisar as opções do mercado e escolher bem para conseguir lucrar neste setor, fortemente afetado pelas incertezas da economia doméstica", apontam os analistas da Coinvalores.
Ainda assim, é um setor de risco. "O acionista precisa ter ciência que o setor imobiliário é muito volátil, pois possui um ciclo de capital muito grande. Os riscos, portanto, são muito mais elevados do que de empresas como as do segmento de energia, por exemplo".

Destaques de alta
São as companhias de menor porte que apresentaram as melhores margens nos últimos balanços (veja quadro abaixo). "Esse segmento ainda possui níveis de vendas e lançamentos elevados, o que significa que os investidores podem esperar resultados acima da média no segundo e terceiro trimestres de empresas como a Eztec e a JSHF, por exemplo", complementam.
Já empresas como Rossi (RSID3), PDG (PDGR3), Gafisa (GFSA3) e Brookfield (BISA3) acumulam fortes quedas de 46,8%, 41,4%, 43,5% e 38,7% em 2012 - até fechamento de 27 de julho.
A equipe da corretora destaca que as construtoras, no geral, estão aguardando sinais de melhora para voltar ao volume de lançamentos do passado. "O foco agora é garantir geração de caixa, pois não há um problema de demanda - ainda bastante reprimida, o que dá muita margem para que o setor cresça no futuro", explica.
Para este ano, contudo, as perspectivas ainda são de manutenção de resultados mais fracos. "A Gafisa e a PDG vem enfrentando problemas de execução de obras e perdas com processos judiciais, mas devem registrar um segundo semestre menos ruim somente por conta da base depreciada de comparação", pondera a Coin Valores.
Confira o desempenho das construtoras no balanço do primeiro trimestre - e na BM&FBovespa - e escolha as melhores opções de investimento para este ano. 

Empresa Ações na bolsa
em 2012*
Lucro Líquido
(em R$ mi)
Margem Líquida Margem Ebitda Lançamentos** Vendas contratadas** Estoque (R$ bi)
EzTec +34,89% 78 42% 40%  -68%  -36%  4,5
Camargo
Corrêa
+34,0% 7 2% 9% 51%   -53%  8,1
Helbor +32,95% 52 17% 21%  295%  54%  6,7
JHSF +14,63% 50 23% 33%  429%  52%  10,8
Even +2,35% 54 10% 15%  85%   42%  5,0
MRV +1,07% 116 12% 15%  -38%  -2%  18,3
Cyrela -2,87% 118 8% 13% -25%  14% 43,4
Direcional -6,75% 51 16% 17%  -36%  -24%  6,9
Rodobens -8,25% 24 10% 17%  43%  -23%  7,1
Trisul -12,63% 3 2% 8%  -100%  -39%  1,2
Cr2 -27,7% -11 -33% -19%  0%  -53%  3,0
Tecnisa -29,74% -11 -4% -1%  -100%  -54%  8,2
Brookfield -38,73% 4 1% 9%  -18%  25% 17,0
Gafisa -43,45% -32 -3% 6%  -10%  -8%   16,8
PDG -41,37% 32 2% 7%  -37%  5%  26,1
Rossi -45,75% 44 6% 12%  -29%  -17%  21,0
Média do Setor  32 6% 12% -29%  -8% 9,8
*Até o fechamento do último dia 26 de julho.
**Resultado do 1º trimestre de 2012 em comparação ao mesmo período do ano passado.
Fonte: Balanço das companhias e analistas de mercado

Fonte: InfoMoney

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