RE/MAX PORTUGAL - Cartaz institucional
Lisboa (LUSA) - Quase 30
por cento dos imóveis vendidos pela imobiliária Remax são oriundos de
bancos, disse à Lusa a presidente do grupo em Portugal, adiantando que
essas transações geraram 50 milhões de euros no primeiro semestre.
A Remax, uma das principais imobiliárias a operar no mercado
português, onde está presente há quase 12 anos, começou a
trabalhar com a carteira de imóveis de bancos apenas o ano passado mas
este segmento representa já uma fatia significativo do seu negócio.
"O ano passado ainda não tínhamos nem a força nem a credibilidade,
começou a se fortalecer este ano. Quase 30 por cento das vendas são dos
imóveis de bancos", disse à Lusa Beatriz Rubio, presidente da Remax
Portugal.
Nos primeiros seis meses deste ano, a Remax fez 1.004 transações de
imóveis que constavam das carteiras dos bancos, num volume de negócios
de 50 milhões de euros.
O grupo tem ainda 10 mil casas de bancos disponíveis para vender, cerca de um quinto do total (50 mil).
A aposta neste segmento pela Remax acompanha a tendência das demais imobiliárias, numa tentativa de driblarem a crise que afeta o
setor.
Questionada sobre se os imóveis dos bancos são mais baratos do que os
restantes, a presidente da Remax Portugal afirmou que o preço médio
destes é de 100 mil euros, um valor relativamente baixo, que se
justifica por estes imóveis estarem situados sobretudo na periferia das
grandes cidades.
No entanto, afirmou, o principal atrativo são as condições do crédito
à habitação oferecidos pelos bancos que se desfazem dos próprios
imóveis.
"Dão financiamento a 100 por cento, o que é importante porque devido à
crise econômica as pessoas não têm dinheiro para a entrada", explicou
Beatriz Rubio.
Além disso, enquanto num crédito à habitação para um apartamento que
não pertença à carteira de um banco o 'spread' (lucro do banco) pode
rondar os quatro por cento, nestes casos já se encontram 'spreads' a
partir de um por cento. Geralmente, os bancos oferecem ainda parte da
avaliação bancária e os custos do processo.
Além de procurados por famílias, estes imóveis estão na mira de
investidores que os remodelam com o objetivo de vender ou mesmo
arrendar.
Em Portugal, cada vez mais imóveis chegam aos bancos através
da dação em pagamento, pela qual o proprietário que não conseguiu
cumprir o pagamento das prestações devolve o imóvel ao banco, podendo
dar-se a liquidação integral ou parcial da dívida, consoante a avaliação
do imóvel.
De acordo com a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação
Imobiliária de Portugal, no primeiro semestre, cerca de 3.300 imóveis
foram entregues em dação em pagamento por famílias e promotores
imobiliários.
Já na via judicial, existem três tipos de processos (execução fiscal,
execução do imóvel pelo banco pela mora do pagamento das prestações do
crédito à habitação e insolvência do proprietário do imóvel) nos quais
os bancos ficam com os imóveis por terem hipoteca sobre estes.
Com a aposta da Remax nos imóveis oriundos dos bancos e no
arrendamento, no primeiro semestre deste ano as transações aumentaram de 11 %. Já o volume de negócios caiu 15 % face a
período homólogo, numa aparente contradição que a responsável do grupo justifica através das crescentes transações de arrendamento, que rendem menos à
imobiliária.
Fonte: IM
Lusa/fim
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