O mercado imobiliário
baiano voltou a dar sinais positivos de vendas, agora na entrada do
segundo semestre, período já consagrado como o melhor para o setor,
embora uma ampla recuperação ainda esteja longe de ser confirmada.
Nessa retomada destacam-se os empreendimentos diferenciados, voltados
para públicos específicos e aqueles que oferecem algumas condições para o
consumidor.
Mantido o ritmo de comercialização, até o final do ano o estoque de
imóveis prontos terá baixado e muito, uma vez que praticamente até agora
não tivemos lançamentos e dificilmente o quadro deverá mudar. Juros
baixos e em tendência de queda, pelo menos é o que sinaliza o Banco
Central e também o comportamento dos bancos oficiais, Caixa e Banco do
Brasil, no que diz respeito ao crédito imobiliário e nas demais
carteiras de financiamento, torna a aquisição de imóveis vantajosa, não fosse o alto endividamento das classes médias, o que lhes tira o
poder de compra, principalmente para contrair dívida de longo prazo,
como é o caso do financiamento imobiliário, e a retomada das vendas estaria com, maior velocidade.
Por seu turno, os investidores começam a apostar em imóveis para se
proteger das taxas negativas e de pouco rendimento que o mercado
financeiro vem exibindo. Comportamento esse já esperado, face à
conjuntura internacional tanto do lado dos americanos, como dos
europeus, e que tem refletido negativamente aqui no Brasil.
O economista Nouriel Roubini, que se tornou conhecido como Dr
Apocalipse, em seu recente artigo no jornal britânico The Guardian,
disse que a economia americana ficará travada por um bom tempo, além de
apontar a piora da crise na zona do euro, um pouso forçado da China e o
risco de alta do preço do petróleo e desaceleração nos países
emergentes.
Ao mesmo tempo em que as vendas do mercado imobiliário baiano dá sinas
de recuperação, há uma preocupação de incorporadores e construtores com
relação a obtenção de alvarás para construção, face ao imbróglio da
LOUOS, até agora não resolvido e que pode se encaminhar para o longo
prazo, sem que se chegue a um acordo sobre a questão. Não há como se
projetar um empreendimento sem ter a garantia jurídica de que amanhã não
será contestado.
O mercado imobiliário baiano passa por um momento inusitado. As vendas
dão sinais de fôlego, o estoque começa a baixar, as condições de
comercialização são boas, mas a reposição dos lançamentos está travada.
Se os estoques baixarem demasiadamente e a escassez de lançamento
continuar, por certo teremos uma elevação de preço e mão de obra
flutuando.
Fonte: Luiz Augusto Amoedo / Tribuna da Bahia
Nenhum comentário:
Postar um comentário