O sonho da casa própria é quase unanimidade entre os brasileiros. Mas, diferentemente do que diz o senso comum, viver de aluguel pode ser alternativa melhor do que entrar em um longo financiamento, sobretudo para as classes média e alta.
Levando em conta exclusivamente as finanças da pessoa que está no momento de decidir se compra ou aluga a sua casa, especialistas garantem que viver de aluguel e, ao mesmo tempo, acumular renda para futuramente comprar o imóvel à vista é a melhor decisão a tomar.
Fatores como a alta taxa de juros dos financiamentos imobiliários, o risco da desvalorização do imóvel e o prazo muito longo para a quitação do empréstimo são as principais justificativas dos especialistas para viver de aluguel enquanto se poupa dinheiro.
Rafael Paschoarelli, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), explica: supondo que a pessoa entre em um financiamento com prazo de 20 anos para adquirir um imóvel de R$ 100 mil e, no qual a prestação inicial seja de cerca de R$ 1,4 mil. Em dez anos, se esse cidadão pagar um aluguel de R$ 750 e aplicar a diferença entre esse valor e o que pagaria de prestação no financiamento (R$ 650), acumularia R$ 106 mil.
“Essa relação é muito rentável para imóveis de classe média e alta”, diz Paschoarelli. Segundo ele, porém, comprar imóveis mais simples, ou seja, de R$ 100 mil para baixo, é um bom negócio, mesmo que parte do total seja emprestado pelo banco. “Isso porque há subsídio no financiamento e, além disso, proporcionalmente, o valor do aluguel é muito mais alto do que o de um imóvel de luxo.”
Alexandre Assaf Neto, pesquisador do Instituto Assaf, concorda com Veiga, mas pondera outros fatores. Ele salienta, por exemplo, que viver de aluguel e, ao mesmo tempo, acumular capital, é apenas para alguns tipos de perfil. “Se a pessoa tiver espírito empreendedor e não tiver pavor de risco, certamente vale mais a pena viver sem casa própria enquanto investe”, afirma.
Tanto Assaf Neto quanto Paschoarelli salientam ainda que é muito melhor viver de aluguel e com dinheiro disponível para o aproveitamento de boas oportunidades do mercado no decorrer do tempo. “A liquidez traz oportunidades raras e muito rentáveis. Isso é outro fato que justifica a recomendação de manter o dinheiro disponível para aplicações estratégicas”, avalia Neto.
Segurança. O aspecto segurança é muito importante para as finanças do brasileiros, segundo os especialistas. Por isso, diz a gestora de investimentos Claudia Kodja, a compra de um imóvel não é só um investimento, “mas a concretização da ideia de ter onde morar”. “Não basta termos apenas um olhar técnico sobre esse tema. É preciso levar em conta o sonho e os objetivos de cada um”, pondera.
Ela observa, porém, que o ideal é que se acumule, pelo menos, 40% do valor total do imóvel antes de entrar em um financiamento. “Também não é possível tomar uma decisão importante como a de comprar uma casa rapidamente ou sem avaliar os risco. É preciso pensar e, mais que isso, fazer cálculos”, pondera a especialista.
Além disso, para Claudia, é sempre importante lembrar que financiamento imobiliário de alto valor exige prazos longos. “Nem sempre é bom trocar a relação que você tem com um locador por uma com uma instituição financeira.”
Fonte: O Estado de São Paulo
Levando em conta exclusivamente as finanças da pessoa que está no momento de decidir se compra ou aluga a sua casa, especialistas garantem que viver de aluguel e, ao mesmo tempo, acumular renda para futuramente comprar o imóvel à vista é a melhor decisão a tomar.
Fatores como a alta taxa de juros dos financiamentos imobiliários, o risco da desvalorização do imóvel e o prazo muito longo para a quitação do empréstimo são as principais justificativas dos especialistas para viver de aluguel enquanto se poupa dinheiro.
Rafael Paschoarelli, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), explica: supondo que a pessoa entre em um financiamento com prazo de 20 anos para adquirir um imóvel de R$ 100 mil e, no qual a prestação inicial seja de cerca de R$ 1,4 mil. Em dez anos, se esse cidadão pagar um aluguel de R$ 750 e aplicar a diferença entre esse valor e o que pagaria de prestação no financiamento (R$ 650), acumularia R$ 106 mil.
“Essa relação é muito rentável para imóveis de classe média e alta”, diz Paschoarelli. Segundo ele, porém, comprar imóveis mais simples, ou seja, de R$ 100 mil para baixo, é um bom negócio, mesmo que parte do total seja emprestado pelo banco. “Isso porque há subsídio no financiamento e, além disso, proporcionalmente, o valor do aluguel é muito mais alto do que o de um imóvel de luxo.”
Alexandre Assaf Neto, pesquisador do Instituto Assaf, concorda com Veiga, mas pondera outros fatores. Ele salienta, por exemplo, que viver de aluguel e, ao mesmo tempo, acumular capital, é apenas para alguns tipos de perfil. “Se a pessoa tiver espírito empreendedor e não tiver pavor de risco, certamente vale mais a pena viver sem casa própria enquanto investe”, afirma.
Tanto Assaf Neto quanto Paschoarelli salientam ainda que é muito melhor viver de aluguel e com dinheiro disponível para o aproveitamento de boas oportunidades do mercado no decorrer do tempo. “A liquidez traz oportunidades raras e muito rentáveis. Isso é outro fato que justifica a recomendação de manter o dinheiro disponível para aplicações estratégicas”, avalia Neto.
Segurança. O aspecto segurança é muito importante para as finanças do brasileiros, segundo os especialistas. Por isso, diz a gestora de investimentos Claudia Kodja, a compra de um imóvel não é só um investimento, “mas a concretização da ideia de ter onde morar”. “Não basta termos apenas um olhar técnico sobre esse tema. É preciso levar em conta o sonho e os objetivos de cada um”, pondera.
Ela observa, porém, que o ideal é que se acumule, pelo menos, 40% do valor total do imóvel antes de entrar em um financiamento. “Também não é possível tomar uma decisão importante como a de comprar uma casa rapidamente ou sem avaliar os risco. É preciso pensar e, mais que isso, fazer cálculos”, pondera a especialista.
Além disso, para Claudia, é sempre importante lembrar que financiamento imobiliário de alto valor exige prazos longos. “Nem sempre é bom trocar a relação que você tem com um locador por uma com uma instituição financeira.”
Fonte: O Estado de São Paulo
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