domingo, 16 de janeiro de 2011

MERCADO IMOBILIÁRIO DE SÃO PAULO: SECOVI APRESENTA RESULTADO DO BALANÇO 2010

Imóveis de 2 dormitórios são destaque na cidade de São Paulo em 2010

Unidades menores para a classe média dominaram os lançamentos e as vendas, conforme Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP (Sindicato da Habitação)

A Pesquisa do Mercado Imobiliário desenvolvida pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) comprova o bom momento que vive o setor. Conforme o estudo, de janeiro a novembro de 2010 foram comercializadas 31 mil unidades residenciais novas na cidade de São Paulo, número bem próximo ao registrado no mesmo período de 2009, ou 30 mil unidades vendidas.
Esse volume só não foi maior porque as empresas não lançaram no mesmo ritmo novos empreendimentos.
O índice VSO (Vendas Sobre Oferta) – relação entre o total de unidades vendidas sobre o volume em oferta no mês – médio do período ficou em 22,7%, levando o mercado imobiliário da Capital a alcançar patamares inéditos em sua trajetória. Essa marca significativa foi impulsionada, principalmente, pela comercialização de imóveis para a classe média, que, em geral, possuem VSO maior do que de outros segmentos.
Lançamentos
As dificuldades de as empresas lançarem novos empreendimentos no ano de 2010 são justificadas, sobretudo, pela escassez de terrenos em condições favoráveis para a incorporação.
Como consequência imediata desse descompasso urbano, de janeiro a novembro de 2010 foram lançadas na cidade aproximadamente 30 mil unidades, segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio). Em comparação a igual período de 2009, com 25 mil unidades, registra-se um crescimento de 19%.
“O número recorde de lançamentos de novas unidades em 2007 (39 mil) não foi superado em 2010, apesar de os fatores macroeconômicos terem sido amplamente favoráveis para isso”, ressalta Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
“Essa diminuição de lançamentos no município de São Paulo reforça a necessidade cada vez maior de o poder público e a iniciativa privada estudarem a metrópole de maneira estratégica, a fim de que ela possa atender às necessidades de moradia, trabalho, estudo, lazer e mobilidade de todos os seus cidadãos”, opina João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação.
De acordo com o dirigente, como não é possível produzir terra artificialmente, a solução lógica está em aumentar o Coeficiente de Aproveitamento dos terrenos, ampliando a ocupação de áreas com infraestrutura instalada e ociosa, como a região central de São Paulo, do entorno das estações do metrô e da orla ferroviária.
Tipologia
No período de janeiro a novembro de 2010, tanto em termos de lançamentos quanto de comercialização, imóveis de 2 dormitórios tiveram maior participação percentual do total.
As unidades de 2 quartos registraram aproximadamente 40% do total das vendas, seguidas por imóveis de 3 e 4 dormitórios com, respectivamente, 32% e 17%. Os imóveis com 1 dormitório representaram 11%.
Nos lançamentos, a participação de apartamentos de 2 dormitórios foi de 48%; os de 3 dormitórios ficaram com 31% do total, seguidos pelos empreendimentos com 1 quarto, com índice de 12%, e de 4 quartos, com 9%.
Considerando o tamanho dos imóveis por meio da análise da área útil, o destaque ficou para os que possuem de 46 m² a 65 m², com 39% de participação do total de unidades vendidas. A seguir surgem aquelas com tamanho de 66 m² a 85 m², com 22% do total comercializado, acompanhadas por produtos de 86 m² a 130 m², cuja representação no volume total de vendas foi de 17%.
Estas três faixas abocanharam em torno de 78% de todo o mercado.
RMSP – Região Metropolitana de São Paulo
A RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) engloba, além do município de São Paulo, mais 38 municípios do entorno da Capital – apenas 25 têm mercado imobiliário significativo –, formando uma grande metrópole que, de janeiro a novembro de 2010, foi responsável pelo consumo de 58 mil imóveis novos. A Capital participou com 53% desse montante, ou seja, 31 mil unidades.
No mesmo período, os lançamentos na RMSP totalizaram 57 mil unidades, das quais 30 mil (52%) concentradas na Capital.
Diferentemente do município de São Paulo, a RMSP poderá ultrapassar o seu melhor desempenho, ocorrido em 2008, quando o mercado imobiliário lançou um total de 63 mil unidades.
Perspectivas para 2011
Para os próximos anos, a diretoria do Secovi-SP acredita que o mercado imobiliário continuará apresentando resultados positivos, mantendo crescimento sustentado próximo à variação do PIB (Produto Interno Bruto). Permanecerá gerando empregos e colaborando com o desenvolvimento socioeconômico do País.
“Porém, o setor terá de investir em melhoria dos processos burocráticos, inovação tecnológica e qualificação da mão de obra, a fim de racionalizar o processo atual de incorporação e construção, excessivamente demorado”, alerta Crestana.
Fontes de recursos para o financiamento à produção e à aquisição de imóveis pela classe média é outro gargalo a ser solucionado a partir de 2012 ou 2013.
Tendo a Caixa Econômica Federal como principal agente financiador com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e os bancos privados como captadores e aplicadores da caderneta de poupança, o setor já iniciou os debates acerca da necessidade de complementação desses fundings. Discutem-se novas fontes atraindo o mercado de capitais e instrumentos de captação de mais longo prazo. Essas medidas deverão permitir a transição do SFH (Sistema Financeiro de Habitação) para o SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário) e a manutenção da saúde financeira do segmento produtivo e do consumidor, que terão crédito disponível para novos negócios.
Comercialização e Marketing
Um cenário econômico favorável impulsionou o mercado imobiliário em 2010, com desemprego em baixa, renda média em alta, ampliação do crédito, redução da taxa de juros e prazo de financiamento mais longo. Essa combinação de fatores permitiu que a prestação coubesse no bolso do consumidor interessado em adquirir a casa própria ou trocar seu imóvel por outro maior. Ou seja, fazer um up grade, melhorar a qualidade de vida.
Aliado a esses aspectos, o aumento na confiança do consumidor contribuiu para alavancar as vendas, aquecendo o mercado de novos e com reflexos positivos também no segmento de usados, que experimentou excelentes momentos ao longo do ano que passou. O Sisp (Salão Imobiliário São Paulo) e a Rede Secovi de Imóveis, também neste sentido, se destacam como importantes ferramentas para potencializar o mercado de novos e usados.
Sempre é bom lembrar que, só na área de imóveis novos residenciais, o mercado na cidade de São Paulo poderá experimentar crescimento da ordem de 5% em 2011, sobre as 35 mil unidades escoadas no ano que se encerrou. Na Região Metropolitana de São Paulo, a comercialização tende a crescer muito mais. Há cinco anos, as cidades da Grande São Paulo representavam apenas 26% do total de lançamentos. O crescimento e a expansão das atividades imobiliárias nos municípios vizinhos possibilitaram a equiparação do volume lançado na Capital com a soma das demais cidades, que hoje representam cerca de 50%.
Vale ressaltar também a predominância dos imóveis econômicos e supereconômicos nas cidades localizadas no entorno da Capital, com previsão de crescimento dos lançamentos e vendas no ano que se inicia.
O volume de crédito imobiliário previsto para 2011, da ordem de R$ 75 bilhões a R$ 80 bilhões, equivale a incremento de 50% sobre o total viabilizado com recursos da poupança em 2010 (R$ 57 bilhões). Em cenário tão promissor, os instrumentos disponibilizados pelo Secovi-SP – no caso, Salão Imobiliário São Paulo e Rede Secovi de Imóveis -, permitirão ao empresário se antecipar nas estratégias e no atendimento ao consumidor.
Nos plantões de vendas e nas imobiliárias, é evidente a mudança no perfil dos clientes, que estão mais exigentes e conscientes daquilo que buscam. Isso requer aperfeiçoamento e atualização constantes não só dos corretores, mas das equipes que atuam nas empresas do mercado, algo que o Secovi-SP persegue insistentemente, por meio de treinamentos, cursos e palestras da Universidade Secovi, do PQE (Programa Qualificação Essencial) e da Rede Secovi de Imóveis. Somadas a iniciativas como a Convenção Secovi – o grande fórum de debates da indústria imobiliária -, tais ações fazem do Sindicato da Habitação a maior fonte de informação e de transmissão de conhecimento profissional da América Latina.
Para 2011, portanto, nossas expectativas são as melhores possíveis, com o mercado atento às necessidades desse novo cliente. Apesar das mudanças nos poderes Executivo e Legislativo, o ambiente deve ser favorável ao desempenho de nossas atividades. Ainda que ocorram indispensáveis ajustes, tudo indica que a cadeia produtiva imobiliária vai continuar recebendo atenção do governo, pois, além de forte indutor da economia, movimenta diversos outros setores e contribui para a geração de emprego e renda. Sem contar o fato, concreto e extremamente positivo, de a presidente Dilma Rousseff ter sido a idealizadora, junto com a iniciativa de empresários do setor, do Programa Minha Casa, Minha Vida, que possibilitou o acesso da população de mais baixa renda à casa própria.

Fonte: Marketing Imobi

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