Outro dia, visitando um show-room imobiliário em um domingo à tarde, percebi um casal contemplativo mediante um corretor ávido por apresentar todas as qualidades do empreendimento recém-lançado. Ao fundo, como tema musical do ambiente, podia-se ouvir Titãs, sua música "Comida", em alto e bom som:Você tem fome de que?…
A gente não quer só comida.
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte…
Ao abordarmos um consumidor no estágio básico das necessidades, o mesmo valorizará aspectos de satisfação das necessidades fisiológicas. Provavelmente, dará atenção ao número de dormitórios, banheiros e às condições gerais de aquisição. Bem provável que tenhamos aqui, um morador de locação tentando migrar ao seu primeiro imóvel próprio.
Provavelmente, não.
A terceira fase na evolução das necessidades humanas relaciona-se com a busca pelo amor e pelo relacionamento. Após ter garantidas as necessidades de comer, beber, dormir e sentir seguro, o ser humano mostra-se relacional e afetivo – "quer comer e quer fazer amor". Para este perfil, os imóveis com área de lazer já são valorizados e, por consequência, os condomínios de veraneio entram na pauta de ofertas.
Pesquisas mostram que a valorização dessas áreas de lazer diminui o grau de importância das áreas internas do imóvel, até então valorizadas pelos dois segmentos da pirâmide citados anteriormente. Nesta fase de interação social, o consumidor quer "ver e ser visto", quer ampliar seu networking, criar e manter vínculos além da família. E nada melhor do que um imóvel de veraneio a tudo isso.
E chegamos ao quinto estágio da pirâmide, aquele lugar em que já não nos importamos com a opinião dos outros, mas sim, com os nossos valores pessoais ligados à auto-realização. Se você está nesse momento de vida,vai entender muito bem o trecho da música que nos lembra de que "a gente nãoquer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade". Nesta fase,o lazer é muito valorizado, mas sua prática é muito particular. Áreas de lazer e designs da moda já não pesam tanto nas decisões de compra do imóvel, mas sim, seu endereço, as atitudes ambientais e até alguma referência esotérica ou espiritual. Se este público está voltado a um imóvel de veraneio? Lógico que sim e, talvez, até esteja pensando em transformá-lo em residência fixa.
Outro caso interessante, que demandou o envolvimento da pesquisa comportamental foi o de um condomínio de lazer que seria lançado na região da cidade de Sorocaba. O produto já tinha um posicionamento definido para o público jovem, solteiro e que buscaria lazer a menos de 100 km de São Paulo. Cogitou-se, e depois descartou-se, posicioná-lo como GLS. A pesquisa auxiliou o empreendedor a buscar este jovem nos locais corretos. Percebemos que esse jovem já estaria no quarto estágio da pirâmide e não no terceiro como a maioria entre 18 e 30 anos de idade. Desta forma, o lançamento ocorreu com estratégia de nichos e junto a grupos em condições socioeconomias diferenciadas.
http://www.artigonal.com/atendimento-ao-cliente-artigos/marketing-imobiliario-voce-tem-fome-de-que-2517674.html
Perfil do Autor
Diretor de atendimento e planejamento da Fine Marketing, especialista em Comunicação Dirigida e Varejo. Na Fine Marketing, desenvolve projetos de atualização cadastral, pesquisas, RSVP e relacionamento com clientes junto à empresas do segmento imobiliário, telecom, serviços e varejo. Atua também como consultor em treinamento de equipes comerciais. E-mail: fernando@fmarketing.com.br – Site: www.fmarketing.com.br – Blog:www.fmarketing.com.br/blog

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