Com redução no número de lançamentos, de unidades vendidas e aumento dos estoques de imóveis ao longo de 2012, o setor de construção teve um ano difícil, segundo levantamento feito pela Austin Rating a pedido do G1, com base nos resultados divulgados por 12 construtoras listadas na Bolsa.
Resultado das 12 construtoras no ano passado, em R$ bilhões |
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2012 | |
Variação em relação a 2011 |
Prejuízo do Período | 1,4 | 176% |
Valor geral de vendas lançado |
30,6 |
13,2% |
Número de Unidades Lançadas |
95,5 |
-42,3% |
Vendas Contratadas |
26,2 |
27,4% |
Número de Unidades Vendidas | 108,6 |
23,4% |
Estoque, em valor |
14,3 |
42,6% |
Estoque, em unidades |
9,3 |
112,9% |
A redução do número de vendas e a elevação do estoque apontam que houve
desaceleração do mercado, segundo o analista da Austin Rating Felipe
Queiroz. “Como setor, o desempenho das construtoras foi negativo em
2012. As construtoras tiveram um nível aquém do esperado. O faturamento
total recuou 30%, o resultado financeiro teve queda forte e o setor
deixou de apresentar lucro para apresentar resultado negativo”, diz.
O número de unidades lançadas caiu 42,3% em 2012 em relação a 2011:
foram 95,5 mil. Segundo Queiroz, a forte desaceleração tem impacto
direto no desempenho do setor. As vendas do conjunto de empresas também
caíram mais de 20% em volume e em unidades. As vendas contratadas caíram
27,4%, para R$ 26,2 milhões. O número de unidades vendidas caiu 23,4%,
para 108,6 mil.
As vendas recuaram numa proporção menor do que as unidades lançadas,
mas mesmo assim as empresas não conseguiram desovar o estoque, que
acabou aumentando. O estoque dobrou em unidades, de 4,4 mil para 9,3 mil
unidades, uma alta de 112,9%. Em valor, o estoque aumentou 42,6%, de R$
10 bilhões para R$ 14,3 bilhões.
O desempenho negativo, segundo Queiroz, está atrelado principalmente ao
menor ritmo do crescimento do volume de crédito e ao aumento dos preços
dos imóveis. Um dos indicadores de que os preços subiram é o VGV (Valor
Geral de Vendas) dos lançamentos, que subiu 13,2%, de R$ 17 bilhões
para R$ 30,6 bilhões. “Isso significa que ou estão criando imóveis com
valor agregado maior ou há valorização do metro quadrado, alta no
preço”, aponta Queiroz.
No conjunto, esse grupo de construtoras reverteu o lucro obido em 2011,
de R$ 1,87 bilhão, para um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em 2012.
Para Queiroz, os números do conjunto de empresas mostram que o boom no
setor imobiliário vem desacelerando, apesar do número de unidades
vendidas ainda ser considerável, acima de 108 mil.
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