As ações movidas contra construtoras e incorporadoras dispararam
1685% nos últimos quatro anos e passaram de 150 para 2527 – a maioria em
razão do atraso na entrega da obra. Segundo pesquisa feita pelo
escritório Tapai Advogados em todos os fóruns da capital paulista, são
15 as construtoras mais reclamadas na grande São Paulo e Baixada
Santista.
A campeã é a PDG, com 933 ações no período,
seguida por Tenda e Gafisa, cada uma com 733 e 679 respectivamente. A
situação da Gafisa pode piorar se considerado o grupo Gafisa/Tenda (A
Gafisa adquiriu a Tenda em 2008), pois ambas as empresas somam 1.412 ações, o que as coloca na liderança isolada das reclamações.
Empresas
como Rossi, Camargo Corrêa e Even, que praticamente não tinham
problemas em 2008, 2009 e 2010 , figuram na lista das 10 mais reclamadas
na soma total, com grande aumento de reclamações nos últimos dois anos.
Outra
empresa que chama bastante a atenção pelo péssimo resultado é a
Tecnisa. A empresa teve um salto no número de reclamações de quase 600%
de 2011 para 2012, reflexo de atrasos de quase três anos em alguns
empreendimentos na capital paulista e interior.
O levantamento
conduzido pelo advogado especialista em direito imobiliário Marcelo
Tapai, sócio do escritório, mostra que de 2008 para 2012 houve uma
mudança no cenário da construção civil.
Empresas que eram consideradas
sólidas e teoricamente à prova de qualquer tipo de problema também estão
sofrendo com a falta de organização, lançamentos e vendas acima da
capacidade produtiva e, consequentemente, enfrentando uma enxurrada de
ações na Justiça.
Na opinião de Tapai, o que motiva o
número crescente de ações é o comportamento arrojado das construtoras,
que aproveitam o aquecimento do mercado imobiliário para lançar imóveis
sem controle e planejamento, buscando um mercado reprimido e prometendo o que sabem que não conseguir cumprir, apenas visando o próprio lucro.
“Muitas empresas apostaram na impunidade para transformar o mercado imobiliário brasileiro em um fenômeno de atrasos, promessas descumpridas e consumidores desesperados”, diz.
Mas
a situação, aos poucos, está mudando. Se por um lado os atrasos ainda
persistem e o problema tem aumentado cada vez mais, por outro, os
consumidores, mais conscientes, têm buscado na justiça a reparação dos
prejuízos que sofrem por conta dos atrasos, e que não são poucos.
Na
mesma linha, o Judiciário, muito atento às abusividades e ilegalidades
praticadas pelas empresas, tem garantido aos compradores lesados justas
indenizações, a fim de cobrir os prejuízos materiais e morais que têm
sofrido.
Fonte: Jornal do Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário