Banco de Compensações Internacionais (BIS),
o banco central dos bancos centrais
o banco central dos bancos centrais
A hipótese de uma bolha imobiliária no Brasil foi descartada por executivos de incorporadoras, fundos de investimento e bancos, que
se encontraram na capital paulista para debater as oportunidades e
riscos do setor. As opiniões desses representantes do mercado vão na
contramão do alerta feito nesta semana pelo Banco de Compensações
Internacionais (BIS, na sigla em inglês), que apontou distorções no
mercado brasileiro causadas pelo forte ciclo de alta no preço dos
imóveis.
Na avaliação do diretor executivo da gestora de recursos
GP Investiments, Antônio Ferreira, o Brasil não tem características que
sinalizem a formação de uma bolha. Ferreira observa que a maioria dos
negócios com imóveis no País é realizada por pessoas que buscam moradia e
não ganhos com aluguel ou revenda, favorecendo a especulação, como
ocorreu na bolha dos Estados Unidos.
Além disso, os financiamentos
nos bancos privados brasileiros representam cerca de 55% do valor dos
imóveis, o que indica um nível de endividamento moderado das famílias
ante os EUA, onde esse valor chegava a 110%, comparou, durante encontro
realizado pelo Centro de Tecnologia de Edificações (CTE) em
São Paulo.
O diretor da GP também acredita que a escalada no
preço dos imóveis está fundamentada na ampliação do total de
consumidores capazes de adquirir uma casa própria nos últimos anos,
beneficiados pela melhora da renda e da oferta de crédito. "O preço
subiu, mas tem fundamento na demanda", afirmou Ferreira.
Na
avaliação do diretor de Relações com Investidores da incorporadora
Eztec, Emílio Fugazza, a escalada dos preços também está relacionada ao
aumento dos custos para construção das habitações. "O preço subiu, mas
as margens de lucro das empresas de construção caíram", disse,
atribuindo o cenário à alta dos custos com mão de obra e terrenos.
A
tendência é que o mercado imobiliário continuará em expansão e que o
apetite dos bancos pelo crédito habitacional siga crescente, na opinião
do gerente geral de crédito imobiliário do Banco do Brasil em São Paulo,
Francisco Martinez. Segundo ele, o crédito imobiliário deve atingir o
montante de R$ 1,3 trilhão até 2020 no País, o que significa sair de uma
fatia equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) atualmente para
16% nos próximos oito anos, patamar semelhante ao já verificado em
países como Chile e México.
O executivo lembra que o Brasil tem um
déficit de 7 milhões de moradias, verificado principalmente entre as
classes de renda média e baixa, o que caracteriza uma demanda reprimida.
"O sonho da casa própria continua em primeiro lugar na mente dos
brasieiros. Isso explica a estratégia dos bancos de varejo em aumentar
seus negócios de crédito imobiliário, que representam uma oportunidade
importante de relacionamento de longo prazo com os clientes", disse.
Martinez
frisou que o Banco do Brasil tem objetivo de assumir a segunda posição
no mercado de crédito habitacional até 2014. Hoje, o banco tem 3,7% do
mercado e ocupa a quinta posição. A Caixa Econômica Federal segue em
primeiro lugar, com cerca de 70% do mercado.
Fonte: MSN Estadão
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