segunda-feira, 25 de junho de 2012

CRISE CAUSA RACHADURAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Um diretor de construtora de grande porte revelou à coluna que sua empresa demitiu dezenas de empregados nas últimas semanas, em todo o país. Acrescentou que isso ocorre também com algumas concorrentes, todas do setor puramente imobiliário, ou seja, as empresas sem laços políticos, que não se dedicam a obras públicas e se concentram em moradias para as famílias. No momento, as grandes empreiteiras de obras públicas parecem estar em melhor situação, pois, exceção feitas a atrasos nos pagamentos, as obras dos governos estão sendo tocadas. A realidade é que o mercado imobiliário, após a euforia dos últimos anos, já apresenta sintomas de fadiga.

A fonte garante que o sinal inicial foi dado pela freada dos consumidores. Em seguida, veio a redução no ritmo de obras das construtoras, agora efetivado. No entanto, há ainda muitas unidades prontas à espera de compradores e obras que foram iniciadas recentemente e só em algum tempo serão colocadas no mercado. Assim, a atual parada das construtoras, se já implicou demissão de pessoal na construção civil, levará algum tempo para se refletir plenamente no mercado. No mercado de ações, as construtoras já vinham sofrendo há bom tempo.
Indícios do esfriamento do setor não faltam: redução do número de anúncios, relaxamento do mercado de corretores de imóveis e, principalmente, a postura de compradores, que não aceitam mais o argumento de que em poucos dias a unidade desejada passaria a custar mais caro. Pesquisa de uma revista do Rio, com 20 imóveis postos à venda durante seis meses, mostrou que apenas cinco deles foram vendidos, sendo que dois com redução de preço. O certo é que Governo Federal agiu com rapidez e, em boa hora, ampliou de 30 para 35 anos o prazo máximo de financiamento de imóveis. Certamente, estava bem informado.

Fonte: Sérgio Barreto Motta / Monitor Mercantil

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