Um diretor de construtora de grande porte revelou à coluna que
sua empresa demitiu dezenas de empregados nas últimas semanas, em todo o
país. Acrescentou que isso ocorre também com algumas concorrentes,
todas do setor puramente imobiliário, ou seja, as empresas sem laços
políticos, que não se dedicam a obras públicas e se concentram em
moradias para as famílias. No momento, as grandes empreiteiras de obras
públicas parecem estar em melhor situação, pois, exceção feitas a
atrasos nos pagamentos, as obras dos governos estão sendo tocadas. A
realidade é que o mercado imobiliário, após a euforia dos últimos anos,
já apresenta sintomas de fadiga.
A fonte garante que o sinal inicial
foi dado pela freada dos consumidores. Em seguida, veio a redução no
ritmo de obras das construtoras, agora efetivado. No entanto, há ainda
muitas unidades prontas à espera de compradores e obras que foram
iniciadas recentemente e só em algum tempo serão colocadas no mercado.
Assim, a atual parada das construtoras, se já implicou demissão de
pessoal na construção civil, levará algum tempo para se refletir
plenamente no mercado. No mercado de ações, as construtoras já vinham
sofrendo há bom tempo.
Indícios do esfriamento do setor não
faltam: redução do número de anúncios, relaxamento do mercado de
corretores de imóveis e, principalmente, a postura de compradores, que
não aceitam mais o argumento de que em poucos dias a unidade desejada
passaria a custar mais caro. Pesquisa de uma revista do Rio, com 20
imóveis postos à venda durante seis meses, mostrou que apenas cinco
deles foram vendidos, sendo que dois com redução de preço. O certo é que
Governo Federal agiu com rapidez e, em boa hora, ampliou de 30 para 35
anos o prazo máximo de financiamento de imóveis. Certamente, estava bem
informado.
Fonte: Sérgio Barreto Motta / Monitor Mercantil
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