sábado, 25 de junho de 2011

A GLOBALIZAÇÃO DO CORRETOR DE IMÓVEIS

João Teodoro da Silva-Presidente do COFECI/Foto: Marcos Mascarenhas

Dois movimentos pujantes têm marcado fortemente o corretor de imóveis brasileiro nos anos recentes. Primeiro, a expansão da profissão. O crescimento médio da categoria, no último triênio, tem sido de 12% ao ano. Ou seja, mais de 20 mil novos profissionais ingressam nesse promissor mercado anualmente. A segunda característica é a globalização do corretor de imóveis brasileiro, por meio de parcerias e acordos internacionais firmados por nós, do Sistema Cofeci-Creci (Conselhos Federal e Regionais de Corretores de Imóveis), com instituições do setor em diversos países.

O mais recente exemplo dessa internacionalização é o número de delegações estrangeiras que estiveram no 3º Encontro Brasileiro de Corretores de Imóveis (Enbraci), entre 8 e 10 de junho, em Brasília. Organizado pelo Sistema Cofeci-Creci, é o maior evento do gênero no País. Vem acontecendo com o objetivo de preparar o profissional do setor para absorver uma nova cultura – a dos negócios globais – e enfrentar os desafios que uma economia sem fronteiras impõe.

Em sua terceira edição, o Enbraci reuniu dois mil profissionais, de todos os Estados. Palestrantes renomados abordaram temas como uso das redes sociais na comercialização de imóveis, o que oferecer ao cliente para se destacar no mercado, consórcios, financiamentos, expansão do setor, entre outros.

O encontro tornou-se o grande foro de atualização do corretor de imóveis brasileiro, agora com expectadores de outras nacionalidades. Neste ano, recebemos comitivas de cinco países: Estados Unidos, Portugal, México, Angola eMoçambique, além da delegação da Confederação do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (Cimlop), que é formada por seis nações.

Todos querem fazer negócios no Brasil: é uma oportunidade para o corretor de imóveis no atendimento a clientes estrangeiros. Todos podem oferecer parcerias para transações em seus próprios territórios, principalmente na prospecção de compradores e investidores. E todos têm interesse numa característica específica de nosso País: o modelo de regulamentação profissional adotado em 1962 para o mercado imobiliário.

A legislação brasileira que regulamenta a profissão de corretor de imóveis é um bem-sucedido caso único. Estabelece regras para o acesso à profissão, a conduta de pessoas físicas e jurídicas no setor e a prestação de serviços à sociedade. Além de normatizar o mercado, protege a opinião pública e o seu patrimônio. Por sua consistência, tem atraído o interesse de outros povos.

A exemplo de outras iniciativa precursoras do Brasil, como as urnas eletrônicas, a declaração de renda via internet e a automação do sistema financeiro, já está sendo exportada para outros países, entre eles o México.

Exemplo: Durante o 3º Enbraci assinamos com a Associação Mexicana de Profissionais Imobiliários (Ampi) um acordo que prevê transferência de conhecimentos nessa área. No Brasil, somos 220 mil corretores de imóveis e aproximadamente 40 mil empresas imobiliárias.

No México, há cerca de 100 mil profissionais no setor, que atuam sem nenhuma legislação específica. Segundo o presidente da Ampi, Adán Larracilla Márquez,o modelo brasileiro permite mecanismos de sanção e regras para a profissionalização da categoria.

Com a norte-americana National Association of Realtors (NAR) – a maior entidade do setor no mundo, com mais de 1,3 milhão de corretores de imóveis associados –, celebramos um acordo no ano passado. Somos sócios-fundadores da Cimlop, ao lado de países europeus e africanos.

Já recebemos, por duas vezes, em Brasília, delegação de estudiosos chineses para conhecer nossa regulamentação e adaptá-la ao seu país.

A economia brasileira tem atraído o interesse mundial; o mercado imobiliário brasileiro é destaque nesse cenário; e nós, desse mercado, temos mais do que números a apresentar. Para o Brasil, o corretor de imóveis, nesta nova década do século 21, se transforma rapidamente para acompanhar as evoluções e necessidades do setor. Para o mundo, já somos exemplo e referência.

Os estrangeiros têm apostado no Brasil e nos corretores de imóveis de nosso País. Encerramos o 3º Enbraci com um compromisso: realizar em 2012, com a participação dos países que aqui estiveram, no evento em Brasília, e possivelmente com a adesão de outros, a 1ª Conferência Internacional do Mercado Imobiliário. O evento irá ocorrer de 27 a 30 de agosto, em Brasília, simultaneamente à quarta edição do Enbraci.

Fonte: Caderno Imóveis - O ESTADO DE S. PAULO

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