SÃO PAULO – O setor imobiliário continuará em pleno crescimento, mas pode ser ameaçado em certa medida por uma possível carência de recursos nos próximos quatro anos, segundo afirmou o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), João Crestana.
“Temos de identificar, desde já, os estudos e as discussões com bancos públicos e privados, Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) e securitizadoras, a fim de promover ajustes legais e culturais para consolidar o mercado de capitais”, afirmou, por meio de nota.
Para Crestana, para chegar em 2014 com a linha de crédito imobiliário robusta, é preciso alinhar os debates sobre recursos alternativos. “Durante 2011 ainda haverá recursos da poupança e do FGTS capazes de suprir a demanda por financiamentos à produção e aquisição de imóveis. Mas o setor deverá dar continuidade às discussões”.
Crescimento
Apesar desse problema, Crestana enxerga um crescimento sustentável do setor. “O cenário futuro é de mercado sólido e nivelado, sem risco de 'bolha', pois há compradores e o nosso sistema financeiro é rígido na concessão de créditos”, considerou.
“Este ano ainda será de forte transição em todos os segmentos econômicos. No segmento da construção civil e imobiliário os lançamentos e as vendas de imóveis de luxo, e aqueles voltados para a classe média-alta, deverão permanecer estáveis”, avaliou Crestana.
Problemas
Junto ao crescimento do setor devem aumentar também os problemas. “Ainda serão percebidos atrasos na entrega das unidades, problema que despontou em 2010 e atingiu o dia a dia de algumas empresas e consumidores. A dificuldade enfrentada por essas companhias reflete o forte aquecimento desse segmento, que passou por 20 anos de estagnação”.
Como desafios para a superação desse problema e para um crescimento mais sustentável do setor, o presidente do Secovi-SP cita os investimentos em formação de mão de obra especializada e em equipamentos para a construção civil, além da aquisição de terrenos em áreas que não excluam para as periferias a população de baixa renda.
Nova fase do Minha Casa, Minha Vida
A segunda etapa do programa habitacional do governo entrará em vigor oficialmente na quinta-feira (16). Uma das principais mudanças é quanto a renda que as famílias devem ter para participarem do programa. Agora, o limite é nominal e fixado em R$ 4.650. Antes, como a regra definia um teto de até dez salários mínimos, o valor equivaleria R$ 5.450.
Com a medida, pretende-se atender exclusivamente as famílias de renda mais baixa. Crestana discorda: “trinta milhões de pessoas adentraram a classe média e não podem ser excluídas do programa somente porque tiveram melhoria de renda”, disse.
Fonte: InfoMoney
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