O ingresso do Brasil no mercado de imóveis internacionais gera
grandes oportunidades de negócios para os profissionais brasileiros do
setor, principalmente corretores. Para assessorar os brasileiros
interessados em investir no exterior ou aproveitar as vagas de trabalho
criadas por empresas estrangeiras que vem se instalando no país, é
preciso, contudo, que o interessado esteja apto a lidar com as
diferenças legais e culturais, firmando parcerias com profissionais
estrangeiros. Segundo o assessor de assuntos internacionais do Conselho
Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), Francisco Pesserl, é
fundamental que esses profissionais estejam capacitados.
“Precisamos pensar na preparação dos profissionais para que eles
possam atender à demanda. Assim como os brasileiros estão investindo em
outros países, comprando imóveis no exterior, há investidores
estrangeiros investindo sistematicamente no Brasil”, disse Pesserl a Agência Brasil,
ao comentar o fato do país ainda não possuir dados confiáveis sobre
quantos brasileiros tem casa própria em outros países e quanto de
dinheiro já foi enviado ao exterior para a aquisição de imóveis.
Segundo Pesserl, as entidades profissionais brasileiras, como o
Cofeci e os conselhos regionais de corretores de imóveis (Crecis), tem
firmado convênios de cooperação e troca de informações com órgãos
internacionais como, por exemplo, a norte-americana National Association
of Realtors (NAR), maior associação de corretores de imóveis do mundo.
Segundo Heitor Kuser, presidente do Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Econômico e Social, que coordena o projeto de
credenciamento de membros internacionais ao NAR, o Brasil já é o país
com o maior número de corretores credenciados à associação dos Estados
Unidos, com 1,1 mil inscritos que, na condição de membros
internacionais, têm acesso direto a outros profissionais internacionais
com quem podem trabalhar em conjunto.
“Convênios como esses vão nos permitir discutir como homologar um
profissional estrangeiro aqui no país ou como obter o reconhecimento
para um corretor brasileiro no exterior, para que ambos possam atuar
como parceiros”, explicou Pesserl, acrescentando que o mercado exige
desses profissionais domínio de outros idiomas e profundo conhecimento
da legislação brasileira sobre investimentos estrangeiros e das leis de
outros países.
“Estamos tentando aproximar os modelos de formação e preparação de
corretores de imóveis de vários países para que todos tenham uma
informação básica similar e para que, por meio do acesso a cursos de
especialização, dominem idiomas, [e tenham conhecimentos] legais e
culturais necessários para assessorar os investidores”, acrescentou
Pesserl. Ele explicou que as iniciativas de capacitação promovidas pelo
conselho ainda não funcionam “conforme o ritmo e a abrangência
necessária”, mas que o Cofeci já tem convênios com os Estados Unidos,
com a Europa e com a Confederação da Construção e do Imobiliário de
Língua Oficial Portuguesa (Cimlop).
Também com o objetivo de capacitar os profissionais brasileiros para
as oportunidades de negócios esperadas a partir dos grandes eventos
esportivos, o Brasil sediará o II Congresso
Internacional do Mercado Imobiliário (Cimi) e o V Encontro Brasileiro
de Corretores de Imóveis (Enbraci) que acontecerá nos dias 16 e 17 de setembro, em Foz do Iguaçu (PR).
Segundo os organizadores dos eventos, o Cimi deverá reunir as
principais lideranças do setor imobiliário do Brasil e de outros países,
contando, inclusive, com uma reunião da Confederação Imobiliária Latino
Americana (Cila) e de delegações da Comunidade Imobiliária dos Países
de Língua Portuguesa, América do Sul e América Latina.
Fonte: Agência Brasil / com correções
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