Rossi: companhia tem focado seus esforços em empreendimentos
voltados ao público de renda média e média alta
O ano passado não foi dos melhores para o setor de construção civil, muitas companhias precisaram colocar o pé no freio e reduzir o número de empreendimentos lançados no período. A recuperação esperada para 2013, no entanto, não tem sido unanime para todas elas e parte das construtoras está apresentando números ainda menores na comparação com 2012.
Sete das maiores companhias do mercado de construção reduziram o volume de lançamentos no segundo trimestre do ano. A Rossi
foi a que apresentou a maior queda, cerca de 80% na comparação com o
mesmo trimestre do ano anterior. Os lançamentos da construtora
totalizaram 164 milhões de reais, um ano antes, a cifra havia superado o
montante de 860 milhões de reais no período.
A MRV também
apresentou queda significativa no volume de lançamentos entre os meses
de abril e junho, mais de 40%, de acordo com dados da própria companhia.
Os novos empreendimentos totalizaram 634 milhões de reais,um ano
antes, a cifra havia superado o patamar de 1 bilhão de reais.
Segundo Luiz Paulo Pompeia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de
Estudos do Patrimônio), é importante lembrar que o setor é cíclico e
quando há uma produção muito grande, na sequência, há redução. Foi
justamente isso que ocorreu com a MRV, a empresa mineira justificou que
a queda nos lançamentos foi estratégica para que a companhia desovasse
os estoques.
“O mercado imobiliário é assim, não tem outro jeito. Tivemos produções
recordes entre os anos de 2010 e 2011 – a maior desde 1985 -, em 2012,
observamos uma retração do setor e, neste ano, o cenário deve ser bem
parecido com o do ano passado. O ritmo deve ficar mais cadenciado
mesmo”, disse Pompeia, em entrevista à EXAME.com.
Para Roberto Patiño, gerente da área de transações da Jones Lang
LaSalle, consultoria especializada no mercado imobiliário, outro fator
que justifica a retração nos lançamentos é o fato de as construtoras
estarem focadas na busca de terrenos mais bem localizados. “O que
percebemos é que com a acomodação de valores e demanda, é melhor o que
está mais bem localizado”, disse.
A Rossi afirmou em seu balanço que tem focado seus esforços para lançar
novos empreendimentos em regiões como São Paulo, Campinas e Rio de
Janeiro, onde já possui histórico de atuação e tem concentrado em
produtos voltados ao público de segmentos de renda média e média alta –
ou seja, em imóveis com maior valor agregado.
Embora algumas companhias tenham apresentando retração nos lançamentos,
segundo dados do Secovi-SP, na cidade de São Paulo, o número de
unidades lançadas no primeiro semestre do ano cresceu na comparação com o
mesmo período de 2012 de 9.224 unidades para 13.983 unidades , alta de
mais de 50%.
Veja a tabela com a queda nos lançamentos de sete das maiores construtoras do país:
Construtoras | Lançamentos 2º trimestre 2013 | Lançamentos 2º trimestre de 2012 | Variação |
---|---|---|---|
MRV | R$ 634 milhões | R$ 1,06 bilhão | -41% |
Gafisa | R$ 461 milhões | R$ 546 milhões | -16% |
Direcional | R$ 446 milhões | R$ 470 milhões | -5,1% |
Rossi | R$164 milhões | R$ 864 milhões | -81% |
Helbor | R$ 238 milhões | R$ 306 milhões | -22,2% |
Rodobens | R$ 206 milhões | R$ 241 milhões | -14,5% |
Trisul | R$ 110 milhões | R$ 145 milhões | -24,1% |
Fonte: EXAME.com
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