A velocidade de venda de imóveis medida
pelo indicador VSO (vendas sobre oferta) continuará, em 2013, em patamar
abaixo daqueles registrados nos primeiros anos após a onda de abertura
de capital das incorporadoras. Dados operacionais de 2012 reiteraram o
que já vinha sendo apontado pelos dados trimestrais, ou seja, queda da
velocidade de vendas do ano em relação a 2011. E não há razões para que
se possa esperar inversão desse movimento.
Na ponta da oferta, os estoques de
imóveis continuam elevados e ainda há muitos empreendimentos em fase de
conclusão. No ano passado, as incorporadoras de capital aberto
entregaram volume de imóveis sem precedentes. Desde o início de 2012, a
venda dos estoques – que significam custos de manutenção se continuam na
carteira das empresas – foi prioridade em relação a lançamentos.
O empenho para reduzir estoques se
reverteu em campanhas de descontos e facilidades de pagamento.
Incorporadoras optaram por reduzir um pouco a margem, em troca de evitar
novos custos e de tentar acelerar a tão buscada geração operacional de
caixa. Em função das altas expressivas de preços nos últimos anos, a
venda de imóveis com abatimentos não se mostrou um mal negócio para as
empresas, mesmo com os custos resultantes da ruptura dos contratos.
Mas nem esse fator de estímulo foi
suficiente para impedir que o ritmo de comercialização caísse. É que o
marketing de um lançamento imobiliário faz com que o ritmo de venda de
imóveis novos seja muito superior ao dos estoques. Num ano em que quase
todas as incorporadoras de capital aberto lançaram menos, as vendas
também foram reduzidas, assim como o indicador VSO.
O volume de estoques elevados e as
campanhas de descontos contribuíram para que potenciais compradores de
imóveis assumissem postura mais cautelosa na tomada de decisão.
O cenário não lembrou em nada os
momentos de euforia do mercado imobiliário em que as altas de preços
eram constantes, e a postergação da compra resultava em pagar mais caro –
em alguns casos, muito mais – pela aquisição de uma unidade. Além
disso, embora os fundamentos positivos de emprego, renda e crédito
tenham se mantido, a desaceleração do crescimento econômico também
reforçou essa postura de cautela.
Em 2013, o volume de entrega de imóveis
também será expressivo, o que demandará, de novo, mais jogo de cintura
por parte das incorporadoras para evitar mais quedas da VSO. Há quem
espere que a velocidade de vendas irá normalizar em torno de 20% por
trimestre, patamar registrado antes da leva de lançamentos iniciais de
ações (IPOs). No quarto trimestre, a VSO da Cyrela Brazil Realty, por
exemplo, foi de 21%, ante 26,2% no mesmo período de 2011. Na mesma base
de comparação, a VSO da MRV caiu de 29% para 23%.
Fonte:http://incorporacaoimobiliaria.com/2013/01/28/velocidade-de-vendas-e-desafio-para-empresas/
Os mercados tentam se adequar a velocidade dos preços de imóveis em um cenário de perspectivas de valorização e visibilidade do país nos próximos anos.
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