Os
fatores que valorizam e desvalorizam um imóvel se apoiam no tripé
custo-qualidade-utilidade, não existindo listas prontas, uma vez que a
análise tem que ser pautada não só pelos aspectos objetivos, mas
especialmente sob o prisma socioeconômico do público ao qual se destinam.
Não
obstante, o quesito localização tem sido tratado como o primordial neste tipo
de análise, pois serve para delimitar a região de interesse para aquisição do
imóvel, sendo fator determinante na escolha, devendo ser observada a
infraestrutura da região, vizinhança, vias de acesso, tendência de ocupação
circunvizinha, condições de segurança e possibilidades de alterações futuras.
À
partir destes pontos muda o enfoque dentre as diferentes faixas de renda,
enquanto as mais baixas buscam proximidade com hospitais e escolas públicas,
além de facilidade de acesso ao transporte público, as camadas de renda mais
alta procuram locais com menores índices de violência e maiores facilidades
de acesso.
Sob um
contexto mais limitado, surge a questão do posicionamento do imóvel no local
analisado, como a possibilidade de invasões ou inundações, frente ou fundos, altura, aeração, ventilação,
insolação, fatores de insalubridade e vista.
Como
exemplos podemos citar a posição em relação ao sol nascente, a maior procura
por apartamentos situados nos andares mais altos, as lojas com frente para a
via pública e os imóveis que possuem vista definitiva e atraente.
No que
tange aos aspectos gerais do imóvel, a área é o fator determinante, cujo
valor deverá ser sempre compatível com as necessidades do adquirente, devendo
também ser considerada a divisão interna e adequação ao uso programado.
Aqui
torna-se imperativo abrir um tópico destinado às vagas de garagem, item
considerado até dispensável em meados do século passado, mas que hoje requer
uma faixa de alta renda um número igual ou superior a três vagas por unidade.
Outro
exemplo refere-se à estrutura social e de lazer de um condomínio, que devem
se adequar aos usos e necessidades dos usuários, preferencialmente possuindo integração entre o salão de festas
e a área de lazer, com espaços abertos, que permitem maior versatilidade em
sua utilização.
Os
fatores intrínsecos referem-se aos aspectos construtivos, que exercem
influência direta sobre o valor da edificação, com destaque para a
depreciação física e funcional, devendo também ser objeto de análise o estado
de conservação e existência de defeitos, condições das instalações, qualidade
dos materiais e emprego de novas tecnologias.
Finalmente,
cabe uma observação de caráter geral, destinada aos proprietários que venham
a fazer intervenções em um imóvel, no sentido de evitarem alterações de cunho
pessoal, que o personalizem, devendo realizar aquelas que melhorem sua
funcionalidade à luz das expectativas e demandas do mercado.
Autor: Eng. Francisco Maia Neto
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