Obelisco na praça da República em Buenos Aires, Argentina
(Walter Bibikow/Getty Images)
As vendas do mercado imobiliário da capital argentina recuaram 47% em
setembro e completaram nove meses de retrocesso, conforme dados do
Colégio de Escrivães de Buenos Aires. Como consequência do forte
controle oficial sobre o mercado de câmbio, o setor deve terminar 2012
com o pior resultado desde que as estatísticas começaram a ser
publicadas, em 1990. Em setembro foram assinadas 3.247 escrituras de
imóveis vendidos e o desempenho ruim só é comparado a janeiro e
fevereiro de 2009, quando as vendas atingiram 2.500 imóveis.
Em valores, o mercado também verificou queda de 43,6% nos últimos 12
meses, a 1,481 bilhão de pesos (em torno de 400 milhões de dólares). O
presidente da Câmara Imobiliária da Argentina, Roberto Arévalo, afirmou
que "não há nenhum sinal de recuperação e os números reais são ainda
piores que os publicados pelos escrivães". Segundo ele, a maioria das
imobiliárias da Capital Federal opera com imóveis usados, onde o
retrocesso é de 75%.
Desde que o governo proibiu as operações em dólares e a compra de
divisas para guardar como poupança, os donos de imóveis não querem
vender suas propriedades. A desvalorização do peso e a elevada inflação
repelem os negócios. Os controles cambiais começaram no final de outubro
do ano passado, logo após a reeleição de Cristina Kirchner. A partir de
março desde ano, as medidas de restrições foram ampliadas até chegar à
proibição total das operações em divisas, a partir de junho. Os
primeiros registros de queda nas vendas de imóveis começaram em dezembro
de 2011 e não pararam mais. Em agosto, o governo deixou de publicar as
estatísticas oficiais do setor no Registro de Propriedade Imóvel,
dependente do Ministério de Justiça.
Fonte: VEJA.com
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