Ben Bernanke
O
mercado imobiliário dos EUA ainda "está longe de estar a salvo", apesar
da melhora nos últimos tempos, disse nesta quinta-feira o presidente do
Federal Reserve, Ben Bernanke, argumentando que as restrições ao
crédito são parte do problema.
O Fed, que priorizou títulos hipotecários na sua mais recente
rodada de aquisição de ativos, continuará fazendo o possível para
amparar o mercado imobiliário norte-americano, disse Bernanke evitando
citar medidas específicas.
Uma bolha no mercado imobiliário esteve no centro da crise
financeira de 2007-09 e da brutal recessão que continua assolando a
economia mundial. Dados dos últimos meses, no entanto, apontam uma
recuperação do setor.
"Embora haja boas razões para se animar com a recente direção do
mercado imobiliário, não deveríamos nos satisfazer com o progresso visto
até agora", disse Bernanke numa conferência do setor financeiro.
O presidente do Fed observou que as regras mais rigorosas para a
concessão de crédito são uma resposta adequada ao estouro da bolha
imobiliária.
"Porém, parece que a esta altura o pêndulo oscilou demais para o
outro lado e que os padrões excessivamente rígidos para concessão de
empréstimos podem agora estar impedindo mutuários dignos de crédito de
comprarem casas, desacelerando a retomada do mercado imobiliário e
frustrando a recuperação econômica."
No começo do ano, o Fed sugeriu que outros definidores de
políticas em Washington analisassem medidas para liberalizar o crédito.
Críticos no Congresso, no entanto, afirmaram que o Fed deveria se ater
ao seu papel de formular a política monetária.
Em todo o país, o preço dos imóveis tem aumentado neste ano, e
também há sinais positivos nos investimentos residenciais, vendas,
demanda e grau de otimismo dos construtores.
A construção civil geralmente puxa a economia dos EUA para fora
das recessões, mas desta vez os enormes prejuízos dos investidores após o
estouro da bolha atrapalharam esse processo.
Segundo Bernanke, os problemas no setor afetam
desproporcionalmente os norte-americanos de baixa renda e pertencentes a
minorias.
"Pela primeira vez em vários anos, o setor imobiliário está
melhorando, contribuindo para o crescimento e os empregos. Mas a
retomada imobiliária ainda enfrenta obstáculos significativos, e os
benefícios dessa retomada permanecem bastante desiguais."
Em setembro, o Fed divulgou um plano para comprar 40 bilhões de
dólares por mês em títulos amparados por hipotecas, em parte para
destravar um mercado imobiliário dos EUA.
O Banco Central dos EUA usa essas intervenções no mercado porque a
taxa referencial de juros, mais tradicional ferramenta de política
monetária, já está próxima de zero desde o final de 2008, por causa da
recessão.
Fonte: Por Karen Jacobs
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