Funcionária de banco na China conta notas de iuan: investimento em imóveis
no país está em desaceleração
Os dados oficiais indicam que o crescimento do PIB da China está
diminuindo de um pico de 12% para cerca de 7,4%. “O ponto otimista, na
base trimestral, é que parece que a economia saiu do ponto mais baixo,
no começo do ano. Mas há muitos indicadores qualitativos e quantitativos
que questionam esses números”, disse Nicholas Lardy, sênior fellow do
Peterson Institute for Internacional Economics.
Para Lardy, a diminuição deve-se, entre outros fatores, a uma queda no
crescimento de exportações, que passou de crescimento de 30% em 2010
para 10% no começo desse ano. “O setor externo se tornou um peso no
crescimento econômico e não um contribuinte”, isso resulta da diminuição
de exportações para a Europa, que está em crise e é o maior destino de
exportações chinesas. “Com a Europa em recessão, acho difícil ver uma
recuperação”, disse Lardy, durante a 4ª Conferência Internacional do
Conselho Empresarial Brasil-China, realizado hoje, em São Paulo.
Um segundo motivo é a queda de investimentos, segundo Lardy. “A fonte principal de desenvolvimento tem sido o setor imobiliário, um dos maiores impulsionadores do crescimento econômico nos últimos anos”, disse. De um ano para cá, esse investimento caiu e está com metade do ritmo dos dois anos anteriores, o que também tem efeitos sobre outros setores, como o aço.
Imóveis
Para entender o que vai acontecer na economia chinesa no futuro é
necessário observar o setor de propriedades e imóveis, segundo Lardy.
Nas últimas décadas, em decorrência da dificuldade de movimentar
dinheiro ou levar para o offshore [investir outros países], as pessoas
passaram a se interessar por investimentos em imóveis, segundo Lardy.
“15% da população urbana tem duas casas. Cerca de 5% tem três ou mais
casas”, disse.
“O apetite para compra de propriedades parece que está caindo na China”,
disse Lardy, citando uma pesquisa de um banco chinês que mostra que a
alocação planejada de imóveis como forma de investimento está caindo e
que a exposição dos bancos a propriedades também vem caindo.
Cerca de 40% de todas as moradias compradas em 2010 eram
especulação e investimentos, segundo o pesquisador. Agora, Lardy
acredita que isso não irá continuar. “Talvez esteja acontecendo uma
desaceleração no investimento em imóveis, pois a demanda está caindo”,
afirmou.
“Os fatores sugerem que estamos no início de uma correção de longo
prazo com relação ao mercado imobiliário. A demanda de investimento
provavelmente vai cair ou crescer mais lentamente”, disse.
Nesse momento é necessário buscar fontes alternativas de demanda para a economia chinesa continuar crescendo rapidamente, segundo Lardy. “O consumo imobiliário tem que começar a aumentar mais significativamente do que tem ocorrido no passado”, disse. Isso requer a adoção de políticas que incentivem mais gastos com consumo imobiliário para compensar as quedas nos investimentos.
Para Lardy, há quatro políticas que precisam ser implementadas na China: a redução da intervenção do mercado de câmbio, a reforma do sistema de precificação para energia e eletricidade, a liberalização das reformas de taxas de juros e criar uma rede de segurança social, levando as pessoas a diminuírem as reservas e consumirem mais. Na China, a taxa de poupança é de 40% da renda disponível.
Nesse momento é necessário buscar fontes alternativas de demanda para a economia chinesa continuar crescendo rapidamente, segundo Lardy. “O consumo imobiliário tem que começar a aumentar mais significativamente do que tem ocorrido no passado”, disse. Isso requer a adoção de políticas que incentivem mais gastos com consumo imobiliário para compensar as quedas nos investimentos.
Para Lardy, há quatro políticas que precisam ser implementadas na China: a redução da intervenção do mercado de câmbio, a reforma do sistema de precificação para energia e eletricidade, a liberalização das reformas de taxas de juros e criar uma rede de segurança social, levando as pessoas a diminuírem as reservas e consumirem mais. Na China, a taxa de poupança é de 40% da renda disponível.
Fonte: EXAME.com
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