De olho em um segmento ainda muito fragmentado mas com forte
potencial para avançar, o grupo imobiliário Brasil Brokers espera mais
que dobrar a participação dos imóveis usados nas vendas da companhia em
até cinco anos.
"O mercado secundário é a bola da vez do setor de corretagem",
disse à Reuters o presidente-executivo da BR Brokers, Sergio Freire.
"Existe uma grande oportunidade de consolidação desse mercado."
A empresa de intermediação e consultoria imobiliária, que disputa
com a Lopes a liderança do segmento em imóveis novos, ainda tem uma
participação pequena no mercado secundário que, segundo o executivo, é
três vezes maior que o de lançamentos. "É um mercado muito fragmentado,
que ninguém conseguiu consolidar."
Hoje, a BR Brokers tem 15 por cento de suas vendas vindas do
segmento de usados. "A meta é em quatro ou cinco anos ter um terço das
vendas no mercado secundário... Já estamos bem consolidados no primário
(de imóveis novos) e estrategicamente nosso foco está em aumentar
penetração no secundário."
No segundo trimestre, as vendas contratadas da companhia somaram
4,6 bilhões de reais, sendo que a comercialização de usados cresceu 18
por cento ano a ano.
Para mais que dobrar essa fatia, uma das apostas da BR Brokers
está na aquisição de imobiliárias menores. "Como não existe uma empresa
com participação relevante, tenho que comprar várias pequenas, mas temos
que ser seletivos", assinalou Freire.
No fim de agosto, a empresa comprou 55 por cento da Libório
Imóveis, em Jundiaí, no interior de São Paulo e, segundo o executivo,
outras aquisições estão previstas ainda em 2012. "Temos espaço para mais
aquisições este ano, temos memorandos de entendimento assinados", disse
ele.
A estratégia para avançar em usados prevê ainda a abertura de novas lojas e investimento em vendas online e em franquias.
VENDAS MENORES NO 3º. TRI
O cenário mais desafiador para o mercado imobiliário, que vem
persistindo desde o início de 2012, ainda se refletiu no desempenho do
terceiro trimestre, segundo Freire, que projeta uma maior recuperação
para os últimos três meses de 2012.
"Com menos lançamentos, as vendas foram menores... As vendas este ano estão mais difíceis pelo esforço para vender estoques."
O executivo ressaltou, contudo, que "a demanda existe e o acesso a
financiamento está tranquilo, mas o consumidor está mais seletivo".
"O segundo semestre ainda não se mostrou melhor que o primeiro,
mas vai ser, principalmente no quarto trimestre que sazonalmente é o
mais forte do ano... Existe uma recuperação natural", concluiu.
Fonte: Negócios / Reuters
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