domingo, 21 de novembro de 2010

PREÇO DOS IMÓVEIS NOVOS SOBE 66% EM TRES ANOS

VISTA AÉREA DE SALVADOR-BAHIA
A escassez de terrenos em regiões tradicionais tem levado imóveis a preços sem limites nas capitais brasileiras. Aos poucos, os bairros que concentram apartamentos e casas de alto padrão estão se transformando em novas Manhattan. Assim como acontece no centro nova-iorquino, quem escolhe morar nas áreas nobres é obrigado a pagar mais.

Em todos eles, os imóveis novos aumentaram de preço, na média, em 66%. A valorização dos imóveis deve ser entendida como a elevação do preço de compra de apartamentos e casas. Numa comparação de preços médios nestas cidades, ficou 66% mais caro comprar um imóvel hoje do que há três anos. Isso não significa, contudo, que os imóveis comprados há três anos tenham se valorizado 66% e hoje possam ser revendidos muito mais caro. O levantamento não trata de revenda. A variação diz respeito unicamente ao preço cobrado pelas construtoras para seus lançamentos. A capital carioca possui o metro quadrado médio mais caro do País nos seus dois bairros mais valorizados, de cerca de R$ 16 mil. Já os brasilienses viram o valor dos lançamentos de imóveis dobrar nos últimos três anos, a maior variação de preços entre as oito cidades (Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre). A elevação dos preços dos imóveis é um efeito nacional, que ganhou fôlego nos últimos anos com a expansão do crédito para a habitação e a melhora da renda da população.

Apenas em 2010, o volume de financiamento para aquisição de imóveis deve crescer 40%. Nas áreas mais nobres das grandes cidades, a escassa oferta de terrenos fomenta ainda mais a escalada dos preços dos apartamentos novos. “Há um leilão entre as incorporadoras. Várias empresas e corretores procuram o mesmo proprietário dos poucos terrenos disponíveis, que eleva os preços e vende para quem paga mais”, afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp). A estimativa dele é que as construtoras chegam a pagar pelos espaços à venda até 50% acima do valor de mercado como consequência desse leilão. A diferença acaba sendo repassada ao consumidor nos lançamentos.No Rio de Janeiro, não há terrenos livres na orla de Ipanema e Leblon, e é preciso derrubar prédios para levantar imóveis novos e modernos de alto padrão.

Em Brasília, o Plano Piloto é tombado, o que restringe a construção e garante a preservação da área verde. Diferentemente do Rio de Janeiro e de Brasília, onde dois ou três bairros se destacam por seus preços bem mais elevados do que os demais, nas outras seis capitais avaliadas pelo iG diversas áreas dividem o topo do ranking imobiliário. Em São Paulo, o metro quadrado mais caro está nos bairros Itaim Bibi, Vila Nova Conceição e Vila Olímpia, que varia entre R$ 9 mil e R$ 11,5 mil. “Os bairros mais valorizados englobam núcleos independentes, com imóveis residenciais e comerciais de alto padrão”, afirma Fernando Damysita, diretor-geral de vendas da imobiliária Coelho da Fonseca. No bairro Vila Nova Conceição, a vista para o parque Ibirapuera é o grande trunfo. Em 2011, a expectativa de Damysita é que os imóveis valorizem pelo menos 30% na capital paulista. Em Belo Horizonte, é difícil definir os cinco bairros mais caros, dizem corretores. Savassi, Funcionários, Lourdes, Santo Agostinho, São Bento, Belvedere e Mangabeiras estão entre os redutos mais valorizados. Independentemete do local, a valorização média dos apartamentos de classe A chega a superar 80%.
Já em Salvador, a valorização imobiliária de alto padrão é polarizada.
De um lado, faltam terrenos para construção nos bairros mais tradicionais. O metro quadrado de imóveis de alto padrão nas regiões mais nobres de Graça, Barra e Corredor da Vitória, por exemplo, supera os R$ 8 mil. Ao mesmo tempo, uma moderna face da cidade também ganha espaço no sonho de consumo dos moradores. Notadamente os bairros Itaigara, Caminho das Árvores e Horto Florestal.

Fonte: Vida Imobiliária Newmark Knight Frank
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