terça-feira, 9 de novembro de 2010

INVESTIDOR EM IMÓVEIS GANHA COM A CHEGADA DO BTG PACTUAL


Complexo JK, em SP: BTG Pactual comprou da W/Torre duas torres do projeto

O banco comprou alguns dos melhores imóveis do país, e o mercado espera que investidores em breve possam aplicar em fundos lastreados nesses prédios.

Nos últimos cinco meses, o BTG Pactual protagonizou algumas das maiores transações imobiliárias do país. Em maio, o banco de investimentos se juntou ao grupo Malzoni para comprar 70% de um empreendimento de escritórios de alto padrão na avenida Faria Lima, onde se paga o maior aluguel de prédios comerciais de São Paulo. Pela participação, os sócios desembolsaram 600 milhões de reais, ou 17.655 reais por metro quadrado, um valor elevado mesmo quando comparado ao de excelentes edifícios corporativos em Nova York ou Londres. Três meses depois, o BTG se juntou à BR Properties para comprar 82% de uma das torres do Ventura Corporate Towers, o melhor prédio de escritórios do Rio de Janeiro. O valor do negócio foi ainda maior: 680 milhões de reais. Já neste mês, o BTG fechou um acordo para comprar participações em dois projetos de alto padrão da W/Torre na região da marginal Pinheiros, em São Paulo. O banco adquiriu as duas torres em construção do Complexo JK, que abriga também a estrutura de um novo shopping Iguatemi, a Villa Daslu e a sede do Santander no Brasil. Levou ainda uma participação de 40% em um empreendimento gigantesco que a W/Torre deve construir num terreno próximo ao shopping Morumbi.

Paralelamente a todas essas aquisições, o BTG pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorização para lançar cinco fundos imobiliários que, no total, somam 5 bilhões de reais. O banco, que ainda não atua nessa área, diz que está em período de silêncio e que não pode fazer comentários sobre os fundos. Mas especialistas do mercado imobiliário apostam que, em breve, os imóveis comprados pelo BTG servirão de lastro para o lançamento de produtos financeiros destinados a investidores interessados em obter retornos a partir do aluguel ou da valorização desses imóveis.

A chegada do banco é, portanto, uma ótima notícia para quem planeja investir em imóveis. Atualmente, a maior parte dos pequenos investidores compra residências ou salinhas comerciais para locação. Mesmo com as despesas para o registro da escritura, o pagamento de impostos sobre transferência e propriedade do imóvel e as praticamente inevitáveis negociações com inquilinos que não pagam o aluguel, o brasileiro prefere o investimento direto em construções tanto por razões culturais como por falta de opções. O mercado de fundos ou títulos imobiliários é tão incipiente que os próprios gestores de fortunas consideram haver poucas possibilidades de investimento. Se os cinco fundos do BTG realmente captarem 5 bilhões de reais, isso começará a mudar radicalmente. O valor dos fundos é apenas um pouco mais baixo que a soma de todos os fundos imobiliários em operação no mercado brasileiro.

Fonte: EXAME.com

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