CORRETOR DE IMÓVEIS PODERÁ SER CORRESPONDENTE BANCÁRIO CAIXA

Um projeto-piloto que vem sendo desenvolvido pela Caixa Econômica Federal, em São Paulo e no Rio de Janeiro, em pouco tempo terá se expandindo para todo Brasil, permitindo que os corretores de imóveis sejam “correspondentes bancários Caixa”. Isso significa que os pedidos de financiamentos imobiliários serão feitos com mais agilidade e pelo próprio corretor de imóvel, que terá acesso ao sistema corporativo da Caixa, de seu próprio escritório, podendo efetuar até a minuta do contrato entre o comprador e a instituição financeira.
A novidade foi explicada aos participantes do XXIII CONACI durante a oficina 7, que abordou o tema financiamentos imobiliários. Fernando César Nóbrega dos Santos, representante da Superintendência Regional da Caixa em Santa Catarina, destacou que os corretores de imóveis já são grandes parceiros da Caixa e que a intenção, é fortalecer esta parceria remunerando o corretor, que passará a ter acesso a alguns serviços antes só inerentes aos funcionários da instituição. “Eles poderão ser correspondentes bancários, podendo chegar até a minuta do contrato”, ressaltou, acrescentando que as responsabilidades serão divididas, já que os C.I. estarão analisando crédito e terão que assumir esta responsabilidade com o banco, “para que possamos conceder cada vez mais crédito, porém, com segurança”.
Para ser correspondente Caixa, o corretor de imóvel precisará ser pessoa jurídica, dispor de uma equipe de atendimento e ter estrutura de informática para gerar documentos e acessar sistemas corporativos da Caixa, para a aprovação do crédito.
Fernando dos Santos ainda destacou em sua explanação que, desde 2003, os financiamentos imobiliários através da Caixa apresentaram um crescimento de mais de 200% e que instituição tem a expectativa de fechar o ano com R$ 70 bilhões de recursos financiados, o que representará um crescimento de 80% em relação ao ano passado.

Consórcios, uma alternativa – Também dentro da oficina 7, os consórcios foram tratados como mais uma opção para a aquisição do primeiro imóvel ou, até mesmo, como alternativa para investidores. O tema foi abordado por Francisco Coutinho, diretor comercial da Rodobens para as regiões de São Paulo e Rio de Janeiro.
Para ele, o consórcio é uma alternativa interessante porque permite a compra planejada e à vista, constituindo-se num investimento mais barato. “O corretor de imóvel hoje é o profissional mais preparado para a venda de consórcio de imóveis e deve se aprimorar nas formas de oferecer o consórcio para os clientes de sua própria carteira”, enfatizou.

Polêmica – A oficina 7 ainda trouxe à tona uma reivindicação antiga da categoria. Ao usar a palavra, José da Costa Sena, diretor 1° secretário do Creci/DF, que participava como secretário da mesa diretiva dos trabalhos, abordou o fato dos corretores de imóveis não serem considerados pelas instituições financeiras como avaliadores de imóveis. Segundo ele, os corretores de imóveis reivindicam que as avaliações mercadológicas não sejam concentradas pelas instituições financiadoras exclusivamente nos engenheiros. “Cientes de sua importância e contribuição para o desenvolvimento do mercado imobiliário, a categoria repudia essa reserva de mercado, que lhes tira o direito garantido pela Constituição Federal e ratificado através de resolução do COFECI, de que também são profissionais habilitados a assinarem laudos de avaliação mercadológica exigidos pelos agentes financeiros e requerem desses organismos a revisão do formato em vigência”, desabafou, sendo aplaudido pelos participantes.