quinta-feira, 9 de maio de 2013

MERCADO IMOBILIÁRIO DE CUBA VISA CUBANOS NO EXTERIOR



Uma das provas de que o público alvo da reforma não é o cubano residente na ilha é o preço das moradias: de acordo com números do site Revolico.com, o preço médio de uma casa em Cuba é US$ 50 mil, variando entre US$ 6 mil e US$ 180 mil, dependendo da localização e condições do imóvel. Com um salário médio de US$ 20 por mês, é impraticável para o cubano remunerado pelo governo local arcar com os custos de uma residência. No site, também estão à venda automóveis e computadores, todos a um preço inacessível para o cubano comum.

As regras impostas ao comércio de imóveis esclarecem que a mudança é cautelosa: ela permite apenas que cidadãos cubanos (residentes na ilha ou não) ou estrangeiros com residência permanente na ilha comprem e vendam casas. O limite é de duas moradias por pessoa, uma na ilha e outra em zona de descanso - medida que impede a acumulação e especulação imobiliária. A legalização das transações também visa a reduzir o déficit habitacional de Cuba, hoje estimado em 600 mil moradias. Além disso, é uma forma de enfrentar outro grave problema: a precariedade das instalações. Trevisan explica que é comum, em Cuba, as pessoas casarem e seguirem morando com os pais, alterando a estrutura do imóvel e dividindo a casa em diversos cômodos. Segundo o professor, o governo cubano também aumentou o subsídio para reformas nas residências. Porém, o valor dos empréstimos é alto e, da mesma forma, está fora da realidade salarial dos cubanos. Dessa forma, tanto a possibilidade de compra quanto a de reforma de um imóvel é real apenas para o cidadão que está no exterior.

Inevitável
Para Trevisan, é difícil prever se a abertura econômica de Cuba vai ser ampliada. Na visão do professor, existe uma má compreensão do que ocorre na ilha: “Existe um processo controlado de descompressão da economia, mas não há uma abertura de fato, como a que acontece, por exemplo, na China”, comenta o professor. Medidas testemunhadas na economia chinesa - atuação na Bolsa de Valores, entrada de capital estrangeiro e abertura à iniciativa privada - são fenômenos ainda distantes da ilha dos Castro. Porém, Trevisan afirma que, mesmo que de forma cautelosa, o processo de abertura econômica é inevitável: “A história mostra que o modelo cubano ficou anacrônico. Pode levar mais tempo ou menos tempo, mas esse é um processo inevitável”. Os números do governo cubano apontam que o PIB da ilha vem crescendo: a alta foi de 2,8% em 2011 e 2,4% em 2010. A taxa de crescimento, porém, é bem mais baixa que as registradas em 2006 (12,1%) e 2007 (7,3%).
 
Fonte: Cartola - Agência de Conteúdo

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