O final do ano passado e o início deste foram marcados por várias ofertas de sucesso de fundos de investimentos imobiliários.
Esse grande número de ofertas levantou
dúvidas sobre a possibilidade de se manter um crescimento contínuo dos
preços de imóveis no Brasil.
pesar dessa preocupação por parte dos
investidores, que é válida, as perspectivas para o setor imobiliário no
país são melhores do que o cenário de hoje.
Considerando que os atuais patamares de
taxa de juros não deverão se elevar de forma substancial no curto prazo,
a procura por investimentos com taxa de retornos mais atraentes
continuará no radar dos investidores.
Essa visão de futuro é reforçada pela
constatação de que o crédito imobiliário representa atualmente pouco
menos do que 6% do PIB (Produto Interno Bruto).
O número não é preocupante quando se compara aos de países desenvolvidos, onde essa participação é muito maior.
CUIDADOS
Na hora de aplicar uma parcela dos seus
recursos nesse segmento, porém, os investidores devem tomar alguns
cuidados, pois o crescimento do setor imobiliário não deverá ocorrer de
forma homogênea neste ano.
O primeiro cuidado que os investidores
devem tomar é o de evitar a tentação de alocar seus recursos em
projetos, fundos ou empresas que estejam direcionando grande parte de
suas aplicações ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Isso porque, apesar da grande demanda
dos últimos anos, a margem de resultado desses projetos é baixa e a
possibilidade de eventos macroeconômicos afetarem a capacidade de
pagamento dos mutuários é relevante.
DEPENDÊNCIA
Além disso, esse setor é bastante dependente de linhas de financiamentos do governo que cada vez mais estarão escassas.
O segundo cuidado é o de não apostar na
ideia de que a oferta de imóveis de alto padrão continuará sendo
excessiva nos próximos anos.
Com relação a esses imóveis residenciais
para público de alta renda, o excesso de unidades disponíveis neste ano
decorre da grande quantidade de lançamentos de 2010 e que estão sendo
entregues atualmente.
Esse excesso, porém, representa apenas uma acomodação do setor.
O ajuste ocorrerá porque as aprovações
de novos empreendimentos por prefeituras de grandes cidades serão
inferiores às de 2010 e 2011.
Essa redução fará com que, em 2014, volte a haver um equilíbrio de oferta e de demanda para esse nicho de mercado.
ELEVAÇÃO
Essa tendência de elevação da demanda já
pode ser percebida pela velocidade com que as novas unidades lançadas
estão sendo adquiridas.
O atual nível de aquisição de
residências no lançamento é compatível ao que ocorria em 2010 e 2011
(auge do boom imobiliário residencial no país).
O terceiro e último cuidado é o de não projetar grande alta do valor de locação de imóveis comerciais.
O número de lançamentos desses imóveis
continuará a passar por um período de ajuste em decorrência do
crescimento do PIB do país, que deverá ficar bem abaixo do previsto pelo
governo.
Todavia, a tendência de médio prazo nas
principais cidades do país de aumento da demanda fará com que os novos
lançamentos sejam completamente absorvidos.
Essa demanda no futuro só afetará a taxa
de ocupação, pois o valor do metro quadrado de locação deverá se manter
estável pelos próximos anos.
Fonte: Folha de S.Paulo
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