segunda-feira, 27 de maio de 2013

MERCADO DE IMÓVEIS NÃO CRESCERÁ DE FORMA HOMOGÊNEA



O final do ano passado e o início deste foram marcados por várias ofertas de sucesso de fundos de investimentos imobiliários.

Esse grande número de ofertas levantou dúvidas sobre a possibilidade de se manter um crescimento contínuo dos preços de imóveis no Brasil.

pesar dessa preocupação por parte dos investidores, que é válida, as perspectivas para o setor imobiliário no país são melhores do que o cenário de hoje.

Considerando que os atuais patamares de taxa de juros não deverão se elevar de forma substancial no curto prazo, a procura por investimentos com taxa de retornos mais atraentes continuará no radar dos investidores.

Essa visão de futuro é reforçada pela constatação de que o crédito imobiliário representa atualmente pouco menos do que 6% do PIB (Produto Interno Bruto).

O número não é preocupante quando se compara aos de países desenvolvidos, onde essa participação é muito maior.

CUIDADOS
Na hora de aplicar uma parcela dos seus recursos nesse segmento, porém, os investidores devem tomar alguns cuidados, pois o crescimento do setor imobiliário não deverá ocorrer de forma homogênea neste ano.

O primeiro cuidado que os investidores devem tomar é o de evitar a tentação de alocar seus recursos em projetos, fundos ou empresas que estejam direcionando grande parte de suas aplicações ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

Isso porque, apesar da grande demanda dos últimos anos, a margem de resultado desses projetos é baixa e a possibilidade de eventos macroeconômicos afetarem a capacidade de pagamento dos mutuários é relevante.

DEPENDÊNCIA
Além disso, esse setor é bastante dependente de linhas de financiamentos do governo que cada vez mais estarão escassas.

O segundo cuidado é o de não apostar na ideia de que a oferta de imóveis de alto padrão continuará sendo excessiva nos próximos anos.

Com relação a esses imóveis residenciais para público de alta renda, o excesso de unidades disponíveis neste ano decorre da grande quantidade de lançamentos de 2010 e que estão sendo entregues atualmente.

Esse excesso, porém, representa apenas uma acomodação do setor.

O ajuste ocorrerá porque as aprovações de novos empreendimentos por prefeituras de grandes cidades serão inferiores às de 2010 e 2011.

Essa redução fará com que, em 2014, volte a haver um equilíbrio de oferta e de demanda para esse nicho de mercado.

ELEVAÇÃO
Essa tendência de elevação da demanda já pode ser percebida pela velocidade com que as novas unidades lançadas estão sendo adquiridas.

O atual nível de aquisição de residências no lançamento é compatível ao que ocorria em 2010 e 2011 (auge do boom imobiliário residencial no país).

O terceiro e último cuidado é o de não projetar grande alta do valor de locação de imóveis comerciais.

O número de lançamentos desses imóveis continuará a passar por um período de ajuste em decorrência do crescimento do PIB do país, que deverá ficar bem abaixo do previsto pelo governo.

Todavia, a tendência de médio prazo nas principais cidades do país de aumento da demanda fará com que os novos lançamentos sejam completamente absorvidos.

Essa demanda no futuro só afetará a taxa de ocupação, pois o valor do metro quadrado de locação deverá se manter estável pelos próximos anos.

Fonte: Folha de S.Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário