O vertiginoso mercado imobiliário chinês
tem desacelerado desde que o Conselho de Estado anunciou em março cinco
novas políticas destinadas a conter o crescimento alarmante.
Políticas destinadas a estabilizar os
preços da habitação e abafar a especulação incluem um imposto de 20%
sobre o lucro, adiantamentos maiores e aumento das taxas de juros de
hipotecas em mercados aquecidos, bem como restrições a segundas
propriedades.
Algumas cidades viram preços
multiplicando-se por fatores de 10 recentemente, causando preocupação no
oficialismo e excluindo futuros proprietários do mercado, informou o
CNBC.
Desde a implementação das novas
políticas, as vendas de habitações novas e usadas têm diminuído
drasticamente nas cidades de primeira ordem, como Pequim, Shanghai e
Guangzhou, segundo corretores de imóveis locais e as estatísticas
oficiais.
Declínio de vendas em todo o país
O volume de negócios de habitações
usadas em Pequim tem diminuído drasticamente desde março, diz um agente
líder no setor imobiliário.
O Sr. Jing, da ‘Beijing Homelink Real
Estate’, disse ao Epoch Times que as transações no subúrbio de
Dingfuzhuang caíram 88,6%, de 7 milhões de yuanes (cerca de US$ 1,37
milhões) em março para 0,8 milhão de yuanes (US$ 129.961 dólares) em
abril. A maioria dessas transações veio de moradores de renda média.
“Muitos clientes foram comprar um imóvel na área menos cara de Yanjiao,
fora dos preços caros de Pequim”, acrescentou ele.
A devolução de novos imóveis também
diminuiu, segundo uma reportagem de 1º de maio da mídia estatal Rádio
Nacional da China. As vendas de novas moradias em Pequim caíram para
7.188 unidades em abril, uma queda de 63% desde março.
Embora as novas regulamentações ainda
precisem ser implementadas em Guangzhou, seu mercado imobiliário tem
sido igualmente afetado.
You Guixiang, funcionário da corretora
Guangzhou Bola, disse ao Epoch Times que os negócios têm sido lentos,
com as transações intermediárias dois terços menores. “Antes dos
regulamentos serem implementados, houve pânico; as pessoas correram para
comprar ou vender. Após estes regulamentos entrarem em efetividade, o
que foi planejado se concretizou, então, as transações abrandaram.”
De acordo com a reportagem da Rádio
Nacional da China, Guangzhou também experimentou desaceleração no
mercado de imóveis novos. Em abril, menos de 3 mil transações foram
feitas, uma queda de 20% desde março.
“O volume comercial imobiliário de
Shanghai foi ligeiramente superior a 900 mil metros quadrados em abril,
41% menor do que em março. Isso é uma queda significante”, disse Huang
Zhijian, analista imobiliário da empresa de consultoria ‘Shanghai You
Win’, ao Epoch Times.
Análise dos especialistas
Discutindo o declínio do mercado
imobiliário, Huang Zhijian disse: “Eu, pessoalmente, acho isso normal.
Houve pânico em março, mas após os regulamentos serem implementados, as
pessoas sentiram que não tinham necessidade de pressa.”
Ele explica: “A principal razão é que,
antes das cinco novas políticas serem implementadas, não havia imposto
de 20% sobre o lucro, o que significava que transações de imóveis usados
foram mais rápidas. Porém, agora as novas propriedades não estão
sujeitas ao imposto de 20% e novas regras estipulam um aumento nos
adiantamentos para a segunda propriedade e nas taxas de juros. Isso
diminuiu as vendas.”
Huang Zhijian acredita que o declínio
das vendas de imóveis usados é inevitável, pois o mercado imobiliário
não pode absorver em curto prazo o impacto do imposto de 20% sobre o
lucro. Além disso, o excesso de oferta de imóveis forçará para baixo os
preços da habitação.
Fonte: Epoch Times
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