terça-feira, 17 de abril de 2012

MERCADO IMOBILIÁRIO CHINÊS: FEIRA DE HABITAÇÕES DE BEIJING

A Feira da Primavera de Habitações de Beijing foi realizada no início deste mês na capital chinesa. Mesmo com o aumento dos negócios, o mercado de imóveis em geral continua em baixa devido às políticas de restrição do governo.

A Feira de habitações de Beijing é considerada o termômetro do mercado imobiliário do país. Desde que o governo central determinou no início do ano passado restrições pesadas para conter o investimento e a especulação no segmento, o volume de negócios tem registrado uma queda substancial. De acordo com dados divulgados recentemente, em média, 1700 apartamentos foram negociados por semana no ano passado na cidade de Beijing. Com a chegada do ano novo, o setor parece ter ficado mais otimista. No entanto, mesmo com o aumento significativo na área e no número de residências negociadas desde março, os analistas prevêem que é difícil que essa situação se mantenha por longo tempo.

De fato, a maioria das moradias mostradas na Feira fica longe do centro de Beijing e foi pouco procurada pelos visitantes. Além disso, muitas pessoas vieram à Feira só mesmo para "ver".

"Venho todos os anos. Quero comprar uma casa para mim, mas não achei nenhuma adequada. As novas residências ficam quase todas fora do sexto anel. Os preços das casas de segunda mão também não caem."

"Estou pensando em comprar casas tanto para meu filho como para mim e minha mulher, mas não encontrei a ideal. Os preços estão muito altos. Para a grande maioria das pessoas, os preços imobiliários não são compatíveis com os rendimentos. O governo já adotou algumas medidas que poderão ter efeito com o passar do tempo."

De acordo com dados da Administração Estatal de Estatísticas da China, no mês de fevereiro, entre as 70 cidades médias e grandes chinesas, apenas quatro registraram alta nos preços imobiliários em comparação com o mês anterior. Outras 45 apresentaram queda. As políticas de restrição começaram a gerar os primeiros resultados. O premiê chinês, Wen Jiabao, reiterou que o governo vai persistir na política restritiva, tendo em conta que os valores imobiliários ainda estão longe do nível razoável em algumas cidades.

Em relação às medidas de controle, as incorporadoras parecem prudentes ao comentar. Uma vendedora de um projeto imobiliário situado no centro de Beijing, Sra. Zhang, disse:

"O nosso projeto não é muito prejudicado pela restrição. Temos apenas 1100 unidades para vender, todas de boa procura. A venda vai começar em maio. Só planejamos vender uma parte, dois blocos apenas."

Estima-se que o estoque de habitações à espera de venda na cidade de Beijing já supera 90 mil unidades. Para encarar a política de restrição e a alta pressão de financiamento, as incorporadoras poderão cortar os preços para buscar lucro com a quantidade de negócios.

O responsável pela Feira da Primavera de Habitações de Beijing, Zheng Xiangdong, comentou:

"O salto é maior que nos anos anteriores, com 0,8% de desconto este ano, enquanto o nível geral é de 0,2%. Além disso, há projetos imobiliários em Beijing que têm um preço por metro quadrado abaixo de 10 mil yuans (equivalente a US$1586). Cada vez mais incorporadoras fazem promoção de formas variadas."

Para atender a demanda habitacional, em paralelo à política de restrição, o governo chinês vai apostar também na construção de casas subsidiadas, voltadas às famílias de baixa renda. Um total de 17 milhões de apartamentos desse tipo está em construção atualmente no país, com a perspectiva de equilibrar o mercado habitacional chinês.

Fonte: CRI Online
Tradução Li Mei/Revisão Luiz Tasso Neto

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