Oferta e demanda estão a milhas de
distância entre si no mercado imobiliário chinês. A desaceleração da
economia e o aumento dos regulamentos levaram a enormes quantidades de
estoques não vendidos. Alguns desenvolvedores podem precisar de 10 anos
para vender seu inventário imobiliário.
O China Times informou que a quantidade
de imóveis residenciais não vendidos cresceu para 320 milhões de metros
quadrados até o final de outubro, cerca de quatro vezes a área de
Manhattan.
Não só o tamanho absoluto, mas também a mudança é preocupante: É um aumento de 19% em relação aos 270 milhões de metros quadrados do ano passado. Com base no volume de transações corrente, o stock de habitação em algumas regiões levaria 10 anos para ser limpo, segundo o relatório.
Cidades de baixa classificação mais severamente afetadas
Apesar dos aumentos das venda de casas
nas cidades de primeiro nível como Pequim e Shanghai, o problema dos
estoques de imóveis não vendidos em todo o país persiste, mas o pior é
nas cidades de terceiro nível que em sua grande maioria não chegam às
manchetes.
De acordo com o Instituto de Pesquisa
Imobiliária E-House de Shanghai, cidades de terceiro nível
experimentaram um aumento em casas não vendidas ao longo dos últimos
dois anos. O crescimento em relação aos últimos cinco meses foi em média
de 2%, ou 27% ao ano.
Outros relatos confirmam os achados. De
acordo com o jornal Qilu Evening News de Jinan, o inventário imobiliário
não vendido continua a aumentar na cidade de terceiro nível de Handan,
na província de Hebei. Há uma área total de 34 milhões de metros
quadrados para venda no mercado.
O problema é que este volume não pode se
manter. Em 2011, as vendas totais foram de apenas 3,55 milhões de
metros quadrados. Se as vendas continuarem nesse ritmo e nenhum imóvel
novo for adicionado ao mercado, levaria quase 10 anos para absorver o
acúmulo de imóveis não vendidos.
As províncias de Shanxi e Zhejiang têm proporções semelhantes de casas não vendidas para vendas por ano.
Desenvolvedores pagam o preço do sobreinvestimento
Durante o boom imobiliário, os
desenvolvedores utilizaram taxas de juro artificialmente baixas para
comprar terras dos governos locais e construir como se não houvesse
amanhã. O regime defendeu tais práticas com políticas deliberadas
destinadas a estimular o crescimento. Agora, a maioria dos
desenvolvedores está engasgada com quantidades recordes de inventário.
Muitos desenvolvedores listados
estimaram que levarão dois ou três anos para limpar seus estoques. Mas
um artigo do Guotai Junan Securities mostrou que alguns desenvolvedores
levariam muito mais do que três anos para corrigir seus atrasos baseados
na taxa de venda deste ano. Por exemplo, o Grupo de Construção Fanhai
levaria até 10 anos para absorver seu inventário no ritmo atual.
As empresas incorreram em enormes
dívidas para construir todos esses imóveis. Normalmente, um fluxo
constante de renda de alugueis ou venda seria mais do que suficiente
para cobrir os pagamentos de juros. No entanto, se os imóveis permanecem
em estoque, eles somente representam custos, com a manutenção superando
os juros. O efeito é destruir a riqueza.
É por isso que desenvolvedores estão
fazendo malabarismo para vender seus estoques. De acordo com o artigo do
China Times, eles não têm muito vento a favor, pois apenas um ligeiro
aumento no preço afetará o volume de vendas.
Nie Meisheng, presidente honorário da
Câmara de Comércio Imobiliário da China, afirma, “Os desenvolvedores
temem o excesso de imóveis não vendidos. Alguns grandes desenvolvedores
têm até 10 bilhões de yuanes (1,6 bilhão de dólares) em estoque não
vendido em seus livros.
Normalmente, é viável para os desenvolvedores
terem entre 15 a 25% do seu valor de contabilidade amarrado em unidades não
vendidas. Se o investimento for superior a um terço de seu capital, as
empresas provavelmente perderão sua capacidade de competir”, disse ele
ao China Times.
Fonte: Epoch Times
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