O mercado
imobiliário português registou este ano o valor mais baixo dos últimos
dez anos, ao transacionar pouco mais de 200 milhões de euros, de acordo
com a consultora imobiliária Cushman & Wakefield.
Segundo
a empresa, o mercado de investimento imobiliário esteve este ano
"praticamente estagnado, fruto da situação económica do país", mantendo a
tendência negativa que vinha seguindo desde 2008.
Excluindo
eventuais transações do mês de dezembro, a consultora estima que o
volume de investimentos em ativos imobiliários de 2012 deverá de ser
cerca de 231 milhões de euros, menos 20% do que em 2011, que já tinha
sido de quebra face aos 700 milhões de euros transacionados em 2010. O
valor de 2012 é mesmo o quarto mais baixo desde que esta empresa tem
registos.
Luís Rocha Antunes, diretor do departamento de
investimento da consultora, justifica esta quebra tanto com o
"afastamento" dos investidores estrangeiros de Portugal, devido aos
efeitos das medidas de austeridade e à evolução da economia, como ao
"desencontro entre preços de venda e valores de compra" no mercado de
investimento imobiliário em Portugal.
De facto, segundo os dados
da mesma empresa, o investimento estrangeiro representou "apenas 22% do
total investido" do mercado imobiliário em 2012. Já os fundos de
investimento nacionais são responsáveis por 64%, seguidos das empresas
do mercado imobiliário, com um peso de cerca de 21%, e os pequenos
investidores privados, que representaram 15% do investimento total.
Por
setores, o residencial domina, ao receber a maior fatia do capital
investido (55%). Já os escritórios absorveram 35% do volume de negócios
transacionado em 2012.
"O maior negócio de investimento
imobiliário do ano foi a compra do Edifício Castilho 5 pela Associação
Mutualista do Montepio à empresa Silvip, uma operação que envolveu cerca
de 25 milhões de euros", escreve a consultora, adiantando que entre as
maiores transações ainda "duas transações de 'portfolios' de ativos de
habitação, adquiridos pelos Fundos CA Imobiliário e Popular
Arrendamento, e a venda dos Edifícios Liberdade 224, Microsoft Lisbon
Experience e edifício sede da AXA em Lisboa a um investidor
estrangeiro".
Quanto a 2013, o diretor do departamento de
investimento da Cushman & Wakefield antecipa que apesar da incerteza
que envolve o próximo ano, "existe apetência de alguns investidores
para olhar para Portugal, desde que se apresentem operações de qualidade
com uma boa relação risco/retorno".
A Cushman & Wakefield,
presente em 60 países, é uma empresa que aconselha clientes que queiram
fazer investimentos imobiliários.
Fonte: Jornal de Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário