Modelo da Avenida Tancredo Neves será estimulado em mais duas regiões
Foto: Mila Cordeiro Ag. A TARDE
Ainda hoje questionado na Justiça, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) segue seu cronograma de audiências públicas, como a da última quarta-feira, 6, no Teatro Solar Boa Vista, em Brotas. O desenvolvimento econômico da cidade é um dos objetivos centrais do texto que deve ser votado ainda este ano na Câmara Municipal, se não houver surpresas.
O documento prevê, ao longo dos próximos anos, o crescimento do mercado imobiliário na orla, Paralela, Liberdade, Cajazeiras e Cabula, além de outras áreas no entorno do metrô e das duas avenidas em construção que vão ligar Piatã e Patamares ao subúrbio.
Urbanistas envolvidos no processo e advogados especializados em direito imobiliário que acompanham as discussões em torno do PDDU consideram que o novo plano um instrumento para alavancar a economia soteropolitana. Com grande contribuição, é claro, da construção civil.
"O desafio mais importante refere-se à necessidade de diversificação da base econômica da cidade com a consequente geração de empregos, e isso só será possível com a implantação de um sistema de planejamento contínuo e eficiente, que trate o município em seu contexto regional", afirma a arquiteta e urbanista Lídia Santana, mestre em desenvolvimento regional e coordenadora da Comissão Técnica do Projeto do PDDU.
"O plano vai estimular o surgimento de dois novos centros de serviço, um em Águas Claras e outro na Paralela, explica Tânia Scofield, presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), órgão da prefeitura de Salvador, responsável pelo desenvolvimento do projeto.
Os novos centros de serviço serão estimulados pela prefeitura a reboque de intervenções viárias em andamento, como a expansão do metrô e a construção das linhas azul e vermelha, ligando a orla ao subúrbio. "Atualmente, o Centro Antigo e a região da Avenida Tancredo Neves atraem quase todo o tráfego da cidade", afirma. Estão previstos ainda pequenos centros de serviços nos bairros do Cabula, Cajazeiras e Liberdade.
"Não é um PDDU perfeito, mas deve estimular o crescimento econômico da cidade", avalia o advogado Ronierison Santos de Deus, especializado em direito imobiliário, que integra o grupo de estudos sobre o PDDU do Instituto Baiano de Direito Imobiliário (IBDI).
Novos centros de comércio e serviços previstos pelo PDDU
Águas Claras - Aproveitando a estação de metrô e a futura estação rodoviária
Avenida Paralela - Nas regiões entre o metrô e as avenidas 29 de Março e Orlando Gomes (em construção)
Liberdade, Cabula e Cajazeiras - Serão vistos como subcentros de desenvolvimento, com políticas para atração de novas empresas de diferentes setores para atendimento ao público local
Pólo Logístico - O bairro de Valéria e outras áreas no limite com Simões Filho devem ser estimulados à implantação de novos centros de distribuição das empresas, aproveitando a proximidade com a BR-324 e as empresas já instaladas
Centro Histórico - Ganha planejamento para preservação do patrimônio e para receber principalmente empresas criativas
Conheça mais detalhes sobre o Plano Diretor
Zeis - O subúrbio ferroviário tem 60% de sua área declarada como zona especial de interesse social, onde serão construídas habitações populares ao longo dos anos. Em toda a cidade, serão 234 Zeis
Pacto de solidariedade - Qualquer empreendimento com área construída acima de 20 mil metros quadrados vai doar o equivalente a 5% do valor da área construída computável para atender famílias com renda até 3 (três) salários mínimos
Reclamações
A Ademi considera que o plano é tímido quanto ao adensamento de alguns bairros, como o Caminho das Árvores, que terá uma estação de metrô em suas proximidades.
O Gambá, que reclama da falta de estudos de impacto ambiental mais atualizados, diz que não há segurança de que a cidade vai estar protegida da falta de ventilação pela construção de novos prédios na orla marítima e de sombreamento na praia, como já acontece no Buracão, no Rio Vermelho.
Fonte: Portal A TARDE
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