segunda-feira, 7 de outubro de 2013

OPINIÃO: ALÍVIO NA HABITAÇÃO


A indústria da construção civil está iniciando novo ciclo em suas operações, com as mudanças procedidas nas normas do Sistema Financeiro da Habitação, usando, para tanto, recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. A providência objetiva acelerar as operações imobiliárias.

A construção de residências é relevante para dinamizar a economia pelo efeito cascata promovido em toda a cadeia produtiva e por dispor, quase sempre, de demanda a ser atendida, em razão do elevado déficit habitacional. Portanto, os recursos circulam por toda a cadeia produtora e há sempre compradores potenciais. A questão é somente de ajustes operacionais, como acaba de ocorrer.

O Conselho Monetário Nacional demonstrou sensibilidade diante dos embaraços atravessados pelo mercado imobiliário porque, enquanto o custo dos imóveis vinham sendo majorados sensivelmente, as condições de financiamento não acompanhavam esse ritmo. Por conta do descompasso, a cada mês, ficava mais distante o acesso dos candidatos à moradia pela defasagem financeira.

Para eliminar uma dessas barreiras no Sistema Financeiro da Habitação, o CMN elevou o teto de financiamento habitacional dentro de dois patamares: de R$ 500 mil para R$ 750 mil, no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal; e para R$ 650 mil nos demais Estados. Nas operações, o mutuário poderá usar seu saldo do FGTS.

Essas mudanças pontuais irão beneficiar, especialmente, a classe média que mantém demanda por habitação, saldos residuais elevados no Fundo de Garantia e interesse por habitação de melhor qualidade. Como o mercado construtor vinha desacelerando, esses estímulos irão possibilitar novos empreendimentos sem gerar inflação.

Em âmbito nacional, o programa Minha Casa, Minha Vida já proporcionou a entrega de 1 milhão e 350 mil residências, beneficiando 5 milhões de pessoas. As metas do Ministério das Cidades estão próximas de ser alcançadas, diante da contratação de mais 3 milhões de moradias. Esses números foram revelados pelo Ministério das Cidades durante o 85º Encontro Nacional da Indústria da Construção, realizado em Fortaleza.

O plano habitacional do governo federal possibilitou investimentos de R$ 187 bilhões. Seus efeitos estão irradiando otimismo entre os empresários da construção civil, entusiasmados com as perspectivas abertas pelos novos tetos do financiamento imobiliário. A indústria da construção civil havia registrado, nos últimos tempos, crescimento excepcional. Porém, os preços dos imóveis, inflacionados, não se sustentaram por longo tempo, delineando-se possível crise.

Com as alterações procedidas no Sistema Financeiro da Habitação, o otimismo voltou a prevalecer, como foi demonstrado no Encontro Nacional da Indústria da Construção Civil, reunindo 1.350 participantes no Centro de Eventos. Temas como tecnologias avançadas, investimentos e meio ambiente foram expostos em 70 palestras constantes da programação regada de muitos negócios.

O governo socorre, sempre, o mercado imobiliário pelo seu papel estratégico no desenvolvimento nacional. Contudo, há muito a ser feito, especialmente quanto à qualidade dos imóveis e à proteção das habitações populares, invadidas antes de sua entrega por grupos irresponsáveis, partidários da baderna.

Nos empreendimentos bem conduzidos, realçando qualidade e cumprimento das plantas originais, ganham mutuários, construtores e o País pelo padrão superior da moradia oferecida. 

Fonte: Editorial do Diário do Nordeste

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