O mercado de salas e conjuntos comerciais sofreu uma forte deterioração em 2016 diante dos efeitos da crise econômica nacional. Os imóveis tiveram queda de 3,21% nos valores de venda e baixa de 7,92% nos preços de locação.
Os dados fazem parte de pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a partir dos anúncios no site Zap Imóveis. O levantamento engloba escritórios de até 200 metros quadrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Entre todas as cidades pesquisadas, o mercado no Rio de Janeiro foi o que apresentou a pior situação, refletindo os efeitos da crise aguda no Estado. Os imóveis comerciais no Rio tiveram retração de 6,13% nos preços de venda e queda de 14,40% nos valores de locação.
Na cidade de São Paulo, maior mercado imobiliário do País, os preços de venda e de locação recuaram 2,44% e 7,07%, respectivamente. Em Belo Horizonte, as baixas foram de 2,72% e 6,41%, na mesma ordem. Já Porto Alegre teve queda de 0,20% nos preços de venda e alta de 4,52% nos aluguéis.
O coordenador do estudo, Eduardo Zylberstajn, atribui à piora do mercado em geral ao excesso de novos prédios lançados e construídos nos últimos anos, enquanto a economia brasileira entrava em recessão. “O aumento na oferta e a queda na demanda das empresas gerou a derrubada dos preços dos imóveis comerciais”, explica.
Perspectivas
Para 2017, Zylberstajn não espera uma recuperação do mercado, já que a economia nacional permanece estagnada. Por outro lado, ele observa que o ritmo de baixa nos aluguéis e nos valores de venda ficou mais brando no fim de 2016. “Esse movimento parece indicar que o pior já passou. O mercado ainda não está bem, mas está parando de piorar”, disse.
No mês de dezembro, os preços médios de venda caíram apenas 0,03%, o que representa uma desaceleração frente a novembro, quando houve baixa de 0,45%. Na mesma linha, os aluguéis diminuíram 0,02% em dezembro, um ritmo mais fraco do que o patamar de 0,35% de novembro.
Com isso, o preço médio de venda de salas e conjuntos comerciais encerrou o ano em R$ 10.260 por metro quadrado. Apesar da crise, o Rio ainda tem os imóveis mais valorizados, no patamar de R$ 11.666/m2, seguido por São Paulo, com R$ 10.611/m2. Já o valor médio de locação fechou em 2016 em R$ 44/m2, tendo São Paulo com R$ 47/m2 e Rio com R$ 46/m2.
A pesquisa Fipezap também aponta que o investidor de imóveis comerciais tem perdido desde 2015 na comparação com aplicações de baixo risco. Em 2016, o CDI rendeu 14,0%, enquanto os proprietários de salas comerciais que estavam locadas tiveram um retorno médio de 2,0% – fruto da combinação entre o recebimento dos alugueis e a desvalorização de seus ativos.
Fonte ISTOÉ
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