quinta-feira, 27 de novembro de 2014

TISHMAN VÊ PORTO DO RIO COMO VETOR DE EXPANSÃO


A Tishman Speyer, empresa americana do ramo imobiliário, inaugurou, ontem, seu primeiro empreendimento na zona portuária do Rio de Janeiro. O Port Corporate Tower exigiu investimentos de R$ 300 milhões, tem 20 andares e 36 mil metros quadrados de área locável.

Estão a caminho, ainda, pelo menos outros dois projetos na região, que vão exigir investimento de R$ 1 bilhão. O primeiro deles já está em construção. É o Pátio Marítima, duas torres corporativas de 60 mil metros quadrados de área locável cada. A primeira torre fica pronta no início de 2017.

"Ainda estamos decidindo o foco do terceiro empreendimento [na região portuária]. Estamos na fase de planejamento. Estamos olhando também para projetos residenciais no local", disse o co-presidente da empresa, Rob Speyer, com exclusividade ao Valor.

Em sua análise, o desenvolvimento do projeto do Porto Maravilha terá poder transformador da cidade nos próximos 20 anos. Ele explicou que o Rio, por sua geografia, tem pouco espaço pra crescer. E afirmou que o local mais óbvio para esta expansão ocorrer é no porto. Por isto a aposta da empresa na região.

"A maior parte dos nossos esforços é na zona portuária, mas não estamos focados exclusivamente lá. Olhamos oportunidades nos setores residencial e escritórios", disse Speyer, sem mais detalhes.

A Tishman Speyer está presente no país desde 1995, e já construiu outros dois prédios no Rio. Mas onde mais tem projetos é em São Paulo. A empresa também atua em Brasília, onde está construindo a nova sede do Banco do Brasil.

"Estamos muito ocupados em São Paulo e em Brasília. Também estamos entrando no mercado de Belo Horizonte. Estamos perto de anunciar nosso primeiro projeto lá. Quando isto acontecer, inauguraremos também um escritório local", afirmou Speyer.

A companhia usa capital próprio para investir. "Não buscamos financiamento. E isto nos permite ser pacientes. Somos investidores de longo prazo, e a melhor maneira de proteger nossos interesses é construir sem financiar", continuou o executivo.

Speyer vê com otimismo o desenvolvimento econômico brasileiro no médio e longo prazos. "Acreditamos que há enorme potencial para o país continuar crescendo. Terão alguns altos e baixos no caminho, o que é normal. Mas a chave para investimento imobiliário é olhar para a tendência de longo prazo", disse.

Ele admitiu, entretanto, que o mercado imobiliário brasileiro está mais devagar no momento. "O mercado sempre acompanha o movimento da economia geral. Se a economia está enfraquecida, o mercado imobiliário fica enfraquecido", disse. Segundo Speyer, a empresa não está adiando investimentos em função disto.

"Em 2002, quando Lula foi eleito, investidores internacionais tiraram seu capital do país. Nós optamos por dobrar a aposta, e foi uma das melhores decisões de investimento na história da companhia", disse. Ele não quis fazer comentários sobre as investigações envolvendo a Petrobras. Disse apenas que ficaria surpreso se isso "parasse ou diminuísse" o fluxo de investimento estrangeiro no país.

Fonte: Valor Econômico/Elisa Soares

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