quinta-feira, 6 de novembro de 2014

PESQUISA RICS INDICA INCERTEZA NO MERCADO BRASILEIRO DE PROPRIEDADE COMERCIAL


A nova pesquisa de propriedade comercial da RICS, divulgada mundialmente no dia 28 de outubro, mostra uma pequena recuperação na confiança do mercado imobiliário comercial brasileiro no terceiro trimestre de 2014, depois de um primeiro semestre marcado por baixo crescimento econômico e inflação acima do limite estabelecido pelo Banco Central.Os índices de confiança, porém, continuam em patamar negativo. De acordo com 64% dos entrevistados, a alta taxa de juros, que dificulta o acesso ao crédito no Brasil, é a principal causa que leva à queda dos investimentos no mercado imobiliário.

O RICS Occupier Sentiment Index – OSI (Índice de Confiança do Ocupante) no Brasil se manteve em patamar negativo pela oitava vez consecutiva, enquanto a oferta de propriedades comerciais do tipo varejo, escritórios e subsetores industriais aumentou novamente, levando locatários a buscarem incentivos que estimulem a ocupação - por exemplo, oferecer espaços para locação por períodos livres. A expectativa é de que o valor do aluguel diminua em até 6% ao longo do próximo ano.

Já o RICS Investment Sentiment Index – ISI – (Índice de Sentimento do Investidor), permanece negativo (-44), embora já apresente sinais de recuperação em relação ao último trimestre, quando o índice estava em -49 pontos. A pesquisa ainda aponta que os entrevistados esperam diminuição de 3,8% no valor dos investimentos no setor durante os próximos 12 meses. O aumento da oferta de imóveis e a maior dificuldade de acesso ao crédito são as principais razões para a queda no próximo período.
Índices de confiança ao redor do mundo.

Enquanto o desenvolvimento do setor no Brasil está em baixa, o mercado internacional continua a demonstrar uma rápida retomada do crescimento. Japão, Reino Unido e Nova Zelândia se destacam no cenário, com o Japão liderando a tabela, alcançando índices de confiança acima de +40. Países duramente atingidos pela crise financeira de 2008, como Portugual, Espanha e Irlanda, também apresentaram aumento em ambos índices de confiança, variando entre +20 e +40.

Os mercados emergentes da Rússia, Índia, China e África do Sul (países que junto com o Brasil formam o BRICS) apresentam um quadro variado, com a Índia liderando o sentimento do mercado, com crescimento no setor de aluguéis e imóveis comerciais projetados em 10% ao ano até 2017. Um fator para a valorização do mercado é a recente aprovação do Real Estate Investment Trusts (REITs), pelo governo indiano, o que, segundo os entrevistados no país, resultará em melhores financiamentos para o setor imobiliário comercial local.

Na China, o crescimento da oferta está superando a da demanda, embora as perspectivas de curto prazo apontam que os aluguéis e os preços dos imóveis comerciais permanecerão estáveis. A África do Sul demonstra tendência semelhante à chinesas, mas o interesse dos investidores indicam um aumento na confiança do mercado nos últimos três meses.

Já a Rússia está no mesmo patamar que o Brasil, com um sentimento de confiança enfraquecido, devido as sanções do governo que afetam diretamente as empresas. Os entrevistados da pesquisa no país preveem mais sanções econômicas no próximo período.

Para Simon Rubinsohn, economista da RICS, “a recuperação econômica global continua a ser bastante frágil, apesar de alguns sinais animadores já estarem aparecendo em algumas economias ao redor do mundo. Os resultados do RICS Global Property monitor comercial oferecem um pouco de incentivo e sugerem um ambiente ligeiramente melhor para os mercados de ocupação e de investimento. Para manter o crescimento da área o mercado positivo precisará resistir à força dos que ainda estão negativos”.

Os questionários foram aplicados entre 16 de setembro de 2014 e 10 de outubro de 2014. Os entrevistados foram solicitados a comparar as condições ao longo dos últimos três meses, com os três meses anteriores. As respostas foram subdivividas nas três variavéis imobiliárias (escritórios, varejo e industrial) de cada país para formar um saldo líquido de leitura para o mercado como um todo.

Fonte: RICS News

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