terça-feira, 4 de outubro de 2011

CRIAÇÃO DE ÍNDICE DE PREÇOS DE IMÓVEIS

Embora o mercado imobiliário brasileiro seja relativamente “jovem”, ele está amadurecendo rapidamente. Um dos desenvolvimentos mais recentes é o índice oficial de preços futuros.

O investimento no mercado imobiliário brasileiro cresceu enormemente nos últimos dois anos, uma tendência que deve durar pelo menos pela próxima década. Acompanhando o enorme investimento imobiliário está um rápido aumento nos preços dos imóveis.

Preocupada em aumentar a transparência no mercado imobiliário, a presidente Dilma Rousseff está promovendo a iminente chegada do Índice de Preços de Imóveis. O índice foi instigado pelo Banco Central do Brasil e o Ministro das Finanças.

Uma Metodologia para o Mercado Imobiliário

O índice de preços de imóveis será utilizado para comparar quanto valem os diferentes tipos de propriedades, tanto residenciais como comerciais, durante períodos de tempo. Especialistas acreditam que o Índice permitirá o mercado imobiliário ser monitorado e ajudar a evitar bolhas e falhas potenciais no futuro, como acontece com muitos outros mercados imobiliários recentemente.

A situação do mercado imobiliário é complexa e varia muito de região para região. Embora haja uma escassez nacional de imóveis, uma enorme população e diferentes níveis de renda significa que é difícil para uma metodologia comparar igual por igual.

Especialistas do governo e da Caixa tem estado analisando diferentes índices de preços de imóveis ao redor do mundo para encontrar a melhor metodologia para o Brasil. Índices de preços de imóveis utilizados na Austrália, Nova Zelândia, Espanha e nos EUA são considerados como os que melhor refletem a realidade do mercado imobiliário brasileiro.

As primeiras fases

O primeiro índice de preços de imóveis no Brasil está sendo compilado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Caixa (banco estatal responsável por todos os financiamentos de investimentos Minha Casa Minha Vida). A Caixa já mapeou os preços nos setores imobiliários nas áreas onde se prevê hipotecas.

As fases iniciais do primeiro índice de preços de imóveis no Brasil vão comparar os valores das propriedades em cinco capitais. Uma vez que o índice esteja instalado e funcionando, ele obterá os preços das casas e apartamentos em todo o Brasil.

O uso primário do índice será destinado a agentes imobiliários e investidores, pois será uma avaliação justa dos valores dos imóveis. A Caixa também pretende utilizar o índice como um meio de determinar os valores de hipotecas no Brasil.

Polêmica

Para o diretor executivo do Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado do Rio (Sinduscon/RJ), Antonio Carlos Mendes Gomes, o indicador vai ser bom para o mercado. “É um indicador confiável pela origem [o IBGE]. É o nosso grande instituto de pesquisa. É um instrumento adequado para que a sociedade tenha uma visão melhor, se posicione e interfira nesse processo, aproveitando as oportunidades, os momentos adequados. Enfim, acho que (o índice) é bom para todo mundo. É muito bem-vindo”.

A mesma opinião tem o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do CRECI/RJ, Casimiro Vale. “Era uma reivindicação do Creci. É bom para ter um parâmetro de valor do mercado, principalmente com relação aos financiamentos”, disse à Agência Brasil. Vale considerou que o novo indicador será positivo também para os consumidores. “Entendo que é bom. É uma coisa mais justa”.

O vice-presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio (Ademi/RJ), Rubem Vasconcelos, discorda dessas opiniões. Para ele, o mercado é livre e deve continuar como tal. Vasconcelos teme que o índice venha a se transformar em elemento de controle dos preços no setor. “Não existe controle de preço. A gente pesquisa preço. A lei da oferta e da procura é que comanda os mercados. Não é ranqueamento, nem tabelamento de preço”.

Segundo o vice-presidente da Ademi, o que deveria ser feito é uma publicação mensal das pesquisas de preços praticados e não uma tabela de preços do mercado. “Isso é falso. Isso é mentiroso, porque o mercado vive de uma lei de oferta e de procura e pode ir ao céu, como pode ir ao inferno”.

Vasconcelos tem dúvida em relação ao procedimento que será usado pelo IBGE para acompanhar os preços dos imóveis. “Ele vai jogar os preços dos imóveis para cima, quando deveria proteger. Eu discordo dessa política de controle e de acompanhamento do governo. Não é função do governo acompanhar isso. Ele tem que deixar o mercado livre”, acrescentou.

Fonte: Anúncios Gratis Blog / Correio do Estado

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