quinta-feira, 13 de março de 2014

MARÇO É O MÊS DOS RESULTADOS DAS IMOBILIÁRIAS. O QUE ESPERAR DO SETOR?


Após importantes companhias divulgarem seus resultados do quarto trimestre em fevereiro – é o caso das gigantes Petrobras, Vale, Ambev e os bancos Itaú, Bradesco e Banco do Brasil –, o mês de março será marcado pela apresentação dos balanços trimestrais das imobiliárias. Em um cenário de reestruturação para a maior parte dessas empresas, os primeiros resultados do setor foram tidos como positivos pelo mercado e devem continuar seguindo pela mesma linha, acredita o analista do BB Investimentos, Wesley Bernabé.

Em relatório divulgado na última quarta-feira (5), Bernabé destaca os números divulgados até o momento por empresas como Gafisa e PDG Realty, que mostraram bom desempenho de lançamentos e vendas, o que contribuiu para o maior reconhecimento de receitas. "Para as companhias em processo de reestruturação das operações, a expectativa era de que os projetos de safras antigas diminuíssem sua contribuição na formação do resultado e isso impulsionasse a recuperação da rentabilidade, o que, de fato, ocorreu", afirma o analista em relatório. A Gafisa teve um lucro líquido de R$ 921,3 milhões – valor 82% acima do esperado pelos analistas –, enquanto a PDG mostrou lucro de R$ 19 milhões, enquanto o mercado esperava por prejuízo no quarto trimestre. O desempenho foi bem recebido pelos investidores na Bovespa, com as ações GFSA3 e PDGR3 subindo 6,07% e 3,06% – chegando a subir quase 8% no intraday –, respectivamente, no pregão pós-divulgação dos balanços.

Para o analista do BB Investimentos, a expectativa é que as construtoras continuem em processo de melhora da rentabilidade e da geração de caixa. Além disso, ele ressalta que muitas delas anunciaram programas de recompra de ações, "o que gera um retorno adicional aos investidores". Esses programas de recompras também são um sinal de que os patamares de preço das ações ainda permanecem bastante depreciados em relação aos demais setores. Dentre as empresas que não divulgaram resultados ainda estão a Brookfield, MRV Engenharia, Rossi, Cyrela, JHSF e EzTec.

Atenção aos indicadores

Além dos resultados a serem reportados pelas imobiliárias, Bernabé aponta outros eventos que o investidor precisa ter em mente na hora de tomar suas decisões de investimentos. Um deles está relacionado aos indicadores econômicos do setor, que não trouxeram novidades tão boas. A começar pelo PIB (Produto Interno Bruto) da construção, que segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou alta de 1,9% em relação a 2012, contra 2,3% do PIB nacional. Enquanto isso, o crédito imobiliário atingiu, em janeiro, R$ 348 bilhões, crescimento de 1,8% em relação ao mês anterior e de 33,0% em 12 meses, sendo que o indicador de inadimplência de crédito ficou em 1,7%. Vale lembrar ainda que a inflação brasileira continua insistentemente próxima do teto da meta estabelecida pelo governo (6,5%), fato que não só prejudica as margens operacionais das construtoras como também estimula o Banco Central a elevar ainda mais a taxa básica de juros, a Selic – o que encarece o crédito e restringe a demanda no setor.

Fonte: Infomoney / Revista Amanhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário