segunda-feira, 16 de setembro de 2019

BANCOS DIVERGEM SOBRE FINANCIAMENTO COM IPCA

Os grandes bancos brasileiros traçam estratégias diferentes para a oferta de crédito imobiliário indexado pelo IPCA. Enquanto na Caixa - o único a lançar a modalidade até agora - a demanda por essas linhas tem vindo sobretudo de clientes que buscam imóveis de R$ 300 mil, o Bradesco vê o produto com maior apelo para clientes de média e alta renda.

“IPCA não é para baixa renda”, afirmou na sexta-feira o diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco, Leandro Diniz.

O segundo maior banco privado do país deve desenvolver nos próximos 60 dias uma linha de crédito com índice de preços. De acordo com o executivo, o entendimento do Bradesco é que o produto é mais adequado a clientes de maior poder aquisitivo - menos sensíveis à inflação e com maior capacidade de pré-pagar a dívida em caso de disparada do índice durante a vigência do contrato.

A ideia é, também, que os contratos do Bradesco tenham prazo de cinco a dez anos, bem mais curto que num financiamento indexado pela TR. Neste caso, a duração pode chegar a 30 anos.

Na Caixa, em contraste, a demanda pelo IPCA tem vindo sobretudo de clientes com perfil logo acima da faixa 3 do Minha Casa Minha Vida. Ou seja, têm renda familiar pouco superior a R$ 9 mil por mês. “É o perfil típico do cliente da Caixa”, disse o presidente do banco estatal, Pedro Guimarães.

Até quinta-feira, a Caixa pré-aprovou R$ 4,9 bilhões em operações na modalidade, lançada há menos de um mês. Desses, R$ 600 milhões estão em fase de contratação e R$ 200 milhões já foram desembolsados. Para Guimarães, como as prestações nessa linha são de 30% a 50% mais baixas, ela tem atraído pessoas que antes não conseguiam comprar imóvel.

No modelo da Caixa, o comprometimento de renda para assumir um crédito com IPCA não pode ser superior a 20%. O Bradesco deve seguir esse patamar. Nos contratos tradicionais, o limite chega a 30%.

As incorporadoras vêm pressionando por um aumento do percentual de comprometimento, de forma a aumentar o mercado. No entanto, os bancos dizem que é cedo para isso.

Fonte: VALOR ECONôMICO

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