quinta-feira, 13 de setembro de 2018

MOMENTO POLÍTICO E O MERCADO IMOBILIÁRIO

Foto: Montagem CBN

Analisando o momento econômico brasileiro junto aos outros países emergentes, percebe-se que a crise que vivemos é exclusivamente interna. Todos os países vêm de crescimentos consecutivos do PIB, enquanto nós amargamos a pior recessão da nossa história: três anos sem crescer. A boa notícia é que só depende de nós e a economia é cíclica. Estamos vivendo a chamada fase de recuperação econômica, com previsão de crescimento em 2018 de 1,0% do PIB. Estou falando de maneira mais abrangente, mas tudo é aplicado também ao mercado imobiliário, que talvez seja o segmento que mais dependa da economia e os números do setor são quase um espelho da economia nacional.

No primeiro semestre deste ano, tivemos um aumento de 46% na venda de imóveis em Goiás contra 17% na média nacional, comparado ao mesmo período do ano anterior, segundo a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). Isso é um excelente sinal de retomada do setor, fomentado pela melhora na expectativa do brasileiro e pelo atual momento macroeconômico, com a taxa Selic a 6,5% e inflação perto do centro da meta. Assim, as condições do crédito imobiliário melhoram e fazem com que as parcelas dos imóveis fiquem mais baixas, comprometendo menor parte da renda dos compradores e, ainda mais importante, abrindo o funil de potenciais clientes.

Quero deixar claro que não vou expressar aqui minha opinião político-partidária, apenas como enxergo que o mercado reagirá à vitória de cada um dos principais candidatos. Separo-os em dois blocos - o primeiro: Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin, João Amoedo e Jair Bolsonaro; o segundo: Marina Silva, Ciro Gomes e Fernando Haddad. Ganhando algum do primeiro bloco, o mercado aceitará bem e a economia tende a acelerar seu crescimento. Caso seja alguém do segundo bloco, todos os indicadores econômicos piorarão em um curto prazo, até que o presidente eleito deixe claro seu real plano de governo e a equipe que comandará o País.

Enfim, acredito que o Brasil deve crescer. É provável que algum candidato do primeiro bloco ganhe e, dependendo de qual, a curva será mais ou menos acentuada. Agora, se o vencedor em outubro for alguém do segundo bloco, nos resta torcer para que ele tenha uma política econômica coerente, uma equipe competente e que nos respalde frente ao mercado.

Paulo Henrique Barbosa - Engenheiro civil, diretor da Amplus Construtora, especialista em Economia e Gestão Empresarial pela FGV e pós-graduado em Finanças pela PUC-RS.
Fonte: @aredação

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